BRICS em 2012: eles se reúnem sob lema "crescimento inclusivo: soluções sustentáveis" (AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2014 às 19h45.
São Paulo - Os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul realizam nesta terça-feira, em Fortaleza, e um dia depois, em Brasília, a sexta cúpula do fórum Brics, que reúne grandes economias emergentes que contam com 42% da população do planeta e 21% do PIB mundial.
Os presidentes de Brasil, Dilma Rousseff; Rússia, Vladimir Putin; China, Xi Jinping; e África do Sul, Jacob Zuma, assim como o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, abordarão aspectos como a inclusão social e o desenvolvimento sustentável e finalizarão os detalhes para a criação de um banco de fomento próprio.
Este último aspecto será o foco do encontro que os ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos cinco principais países emergentes realizarão no dia 14 de julho.
A criação do banco dos Brics, que nascerá com um capital inicial de US$ 50 bilhões, valor para o qual cada país contribuirá com um quinto, pode ser formalizada em Fortaleza através da assinatura dos tratados constitutivos.
Além da criação do banco de desenvolvimento conjunto, os Brics debaterão a criação de um Acordo de Reservas de Contingência (CRA, na sigla em inglês), uma espécie de fundo de estabilização econômica que pode repassar recursos a países em crise, com dificuldades em seu balanço de pagamentos ou que sofrem ataques especulativos.
O fundo de reservas será dotado de US$ 100 bilhões, segundo as conversas preliminares da cúpula que os Brics realizaram no ano passado em Durban (África do Sul).
Também no dia 14 de julho vai acontecer uma reunião da qual participarão os ministros de Comércio dos Brics, assim como um Fórum de Negócios, e um dia depois os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul realizarão a portas fechadas a primeira sessão plenária da cúpula.
Sob o lema 'Crescimento Inclusivo: soluções sustentáveis', os representantes dos cinco países buscarão reforçar o compromisso com a inclusão social e o desenvolvimento sustentável dos países sem abandonar a caminho do crescimento.
Segundo o subsecretário político do Itamaraty, José Alfredo Graça Lima, um dos objetivos da cúpula também é o de ressaltar o papel que as cinco maiores potências do mundo desempenharam para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) fixados pela ONU.
A expectativa dos organizadores é que cerca de 3.000 pessoas participem da reunião de líderes dos Brics em Fortaleza, entre eles cerca de 1.500 jornalistas, 800 empresários e membros das delegações dos cinco países.
Após o encontro na capital do Ceará, os chefes de Estado e de Governo das cinco potências vão para Brasília, onde terão sua primeira reunião com os presidentes dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Um dos objetivos deste encontro, promovido pelos Brics, é apresentar à América do Sul as possibilidades do banco de desenvolvimento, que atuará como uma espécie de alternativa ao Banco Mundial, dominado pelas grandes potências.
A Cúpula entre os Brics e Unasul será, além disso, a antessala de uma primeira reunião entre os líderes de China e Brasil e os do chamado quarteto da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac), integrado por Costa Rica, Cuba, Equador e Antígua e Barbuda.
O Brasil foi, até o momento, o único país do bloco a abrigar duas cúpulas - a primeira em Brasília, em 2010 - desde que em 2009 começaram as primeiras reuniões formais dos Brics, inicialmente constituídos pelo país, Rússia, Índia e China, e ao qual a África do Sul se integrou em 2011. EFE