Economia

Brasil vai propor que G20 não aumente subsídios agrícolas

A ideia é que países do bloco não aumentem subsídios em meio à queda do preço das commodities, produtos primários com cotação internacional

Agricultura: trabalhos no projeto de lei foram adiados diversas vezes desde meados de 2012 por exigências de cortes profundos nos cupões de alimentação (Getty Images)

Agricultura: trabalhos no projeto de lei foram adiados diversas vezes desde meados de 2012 por exigências de cortes profundos nos cupões de alimentação (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2015 às 09h44.

O Brasil vai propor, na décima Cúpula do G20, que os países do bloco não aumentem subsídios para produtos agrícolas em meio à queda do preço das commodities, produtos primários com cotação internacional. O G20 reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia. A reunião da cúpula ocorre amanhã (15) e na segunda-feira (16), em Antália, na Turquia.

“O Brasil quer registrar a preocupação que, em decorrência dos preços das commodities, os países com maior poder fiscal, principalmente os desenvolvidos, reajam a essa queda dos preços agrícolas internacionais, diminuindo os subsídios domésticos e à exportação. O G20 deveria assumir um compromisso de evitar aumentar os subsídios. É um tema polêmico porque os países desenvolvidos têm um programa importante de subsídios”, disse o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Cozendey, em entrevista coletiva na terça-feira (10).

Além da agenda econômico-comercial, a Turquia propôs a discussão do combate ao terrorismo, da crise migratória e do acordo global climático, que deverá ser alcançado na 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP21), em dezembro, em Paris.

Segundo o embaixador, a Turquia escolheu como lema de sua presidência do G20 a temática dos três “is”: implementação, investimentos e inclusão.

Os líderes debaterão a implementação das Estratégias Abrangentes de Crescimento, que objetivam a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) coletivo do G20 em 2,1 pontos percentuais acima da trajetória anteriormente esperada até 2018.

Também será discutida a promoção de investimentos mediante o aperfeiçoamento do clima de investimentos, a facilitação da intermediação financeira, atuação dos bancos multilaterais de desenvolvimento e o aperfeiçoamento de marcos legais e institucionais.

A Cúpula de Antália tratará ainda da implementação de reformas em matéria de regulação financeira que visam a garantir a solidez do sistema financeiro internacional.

Em Antália, os líderes também assumirão o compromisso do G20 de, coletivamente, reduzir em 15%, até 2025 o contingente de jovens que não estão empregados, não participam de programas de educação ou treinamento ou que se encontram no mercado informal.

Na área de agricultura, a agenda vai focar na segurança alimentar e no combate à redução de desperdício de alimentos, que leva ao não aproveitamento de quase um terço de todos os alimentos produzidos no mundo para consumo humano.

A Cúpula de Antália também pretende dar atenção aos chamados negócios inclusivos, que incorporam populações de baixa renda na cadeia de produção ou se direcionam a tais segmentos como consumidores. Os membros devem se comprometer com planos nacionais para reduzir o custo das remessas financeiras de imigrantes para o patamar de 5% do valor remetido.

A presidenta Dilma Rousseff se reúne amanhã com líderes dos BricsArquivo/Valter Campanato/Agência Brasil

Os países que integram o G20 representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio internacional e dois terços da população global.

A presidenta Dilma deve chegar na manhã deste sábado (14) na Turquia. À noite, ela participará de jantar oferecido pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, aos chefes de Estado e de Governo participantes do G20.

Amanhã (15) de manhã, ela terá reunião com líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A Cúpula do G20 começa com um almoço oferecido pelo presidente turco e a primeira sessão de trabalho será à tarde.

No segundo dia do encontro, a sessão de trabalho começa na parte da manhã e deve encerrar com a adoção do comunicado e do plano de ação de Antália. A previsão é que Dilma embarque de volta ao Brasil no início da tarde de segunda-feira (16).

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaCommoditiesG20Trigo

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo