Dilma Rousseff fez o discurso de abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas ontem (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2011 às 07h33.
São Paulo - O Brasil não vai "sucumbir a pressões inflacionárias provenientes do exterior" e é "urgente combater o protecionismo e todas as formas de manipulação da moeda", afirma a presidente Dilma Rousseff em um artigo assinado por ela no jornal britânico Financial Times, publicado nesta quinta-feira. A presidente do Brasil também afirma que o país apoia uma contribuição do G20 para enfrentar a recente crise econômica, para um crescimento forte, sustentável e equilibrado, que deve ser gerido por todos e para todos, sem exceção".
No texto, Dilma aponta que as economias emergentes estão sustentando um ritmo de crescimento, mas elas "não podem assumir o papel das potências econômicas sozinhas". Para a presidente, o crescimento econômico deve ser "baseado na distribuição de renda e inclusão social". Caso contrário, há perda de produção, desemprego e mais desigualdades sociais, segundo Dilma Rousseff, citando a situação da América Latina no passado.
O texto de Dilma no FT foi muito parecido com seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A presidente afirma no artigo que a onda de "desvalorizações competitivas cria um ciclo vicioso que leva ao comércio e ao protecionismo cambial". No entanto, ao invés de reduzir as medidas de proteção, o governo Dilma elevou o IPI de carros importados no Brasil, aumentando a carga tributária e espantando a entrada de automóveis no país.
Sobre a atual política monetária de seu governo, a presidente diz que o Brasil adota um regime de câmbio flutuante, com medidas macroprudenciais, para proteger suas economias e suas moedas. "Com firmeza e serenidade", Dilma afirma que o país manterá sua inflação sob controle.
Dilma Rousseff também afirma que o Brasil fortaleceu as empresas estatais, como Petrobras, Eletrobrás e os bancos públicos, por "mecanismos de defesa comercial ativa" apoiados na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Para a presidente, o "grande desafio para os próximos anos é tratar de dívida soberana e os desequilíbrios fiscais", mantendo a "recuperação global" após a crise de 2008. Dilma também pediu dos líderes mundiais comecem a "agir com determinação e ousadia". Para a presidente, no artigo FT, essa atitude dos governantes é esperada no mundo todo.