Economia

Brasil teve perda líquida de 2 mil milionários em 2015

"O ciclo negativo da economia local e o aumento das taxas de crimes está empurrando muitos milionários para fora do país", diz consultoria New World Wealth


	Passageiros caminham pelo Aeroporto de Guarulhos (SP): país está perdendo milionários
 (Paulo Pinto / Fotos Públicas)

Passageiros caminham pelo Aeroporto de Guarulhos (SP): país está perdendo milionários (Paulo Pinto / Fotos Públicas)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 31 de março de 2016 às 17h12.

São Paulo - O Brasil teve uma "perda líquida" de 2 mil milionários em 2015, de acordo com relatório da consultoria sul-africana New World Wealth.

O saldo negativo dos milionários brasileiros diminuiu o tamanho deste grupo em 1% para 198 mil pessoas (o critério é ter mais de US$ 1 milhão em ativos, excluindo a residência principal).

Isso coloca o Brasil no 8º lugar mundial em fluxos deste grupo para fora do país, atrás de França, China, Itália, Índia, Grécia, Rússia e Espanha.

De acordo com a consultoria, é natural que países como Índia e China tenham perdas grandes - já que produzem muitos ricos por ano, que eventualmente podem voltar na medida que o padrão de vida local melhora.

O caso da França tem mais a ver com o aumento das tensões étnicas e religiosas, dado que o país foi vítima de dois grandes ataques terroristas no ano passado.

Grécia, Itália e Espanha são as maiores vítimas dos problemas econômicos do Sul da Europa enquanto Rússia e Brasil são "casos complicados" que tiveram duras recessões em 2015.

No caso da Rússia, o problema está relacionado a sanções internacionais e queda do preço do petróleo; por aqui, pesa a crise política.

"No Brasil, o ciclo negativo da economia local e o aumento das taxas de crimes está empurrando muitos milionários para fora do país. É difícil prever quando a situação vai melhorar", diz o texto.

De acordo com a consultoria, a perda de milionários importa por vários motivos. Eles muitas vezes levam com eles seus ativos e seus negócios, o que gera perda de empregos para a população de forma geral e de receita para o governo.

Eles também costumam ser mais educados e menos dependente de pensões e outros benefícios do que a média da população. Sua reserva de dinheiro também permite que eles sejam mais resilientes a crises e continuem consumindo em momentos de baixa.

Os países com maior ganho de milionários em 2015 foram Austrália, Estados Unidos, Canadá, Israel, Emirados Árabes Unidos e Nova Zelândia.

Veja na tabela o tamanho das perdas por país (alguns números foram arredondados):

  Perda líquida Número total atual Perda percentual
França 10 mil 323 mil 3%
China 9 mil 654 mil 1%
Itália 6 mil 305 mil 2%
Índia 4 mil 236 mil 2%
Grécia 3 mil 55 mil 5%
Rússia 2 mil 127 mil 2%
Espanha 2 mil 105 mil 2%
Brasil 2 mil 198 mil 1%
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