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Brasil terá o pior crescimento da América Latina, diz FMI

Expansão do país ficará abaixo também da média mundial

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.

O crescimento do Brasil em 2006 será o mais baixo dos países da América Latina, aponta relatório divulgado nesta quinta-feira (14/9) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A previsão da instituição é de expansão média de 4,8% para os países latinos, sendo que no Brasil o crescimento não deve passar de 3,6%.

Além do Brasil, outros três países devem crescer abaixo da média da América Latina: México (4%), Equador (4,4%) e Uruguai (4,6%). Já Argentina e Venezuela devem apresentar forte crescimento - 8% e 7,5%, respectivamente - acima, inclusive, da média de crescimento projetada para a economia mundial, que é de 5,1% em 2006. O ritmo de expansão mundial, pela análise do FMI, deve permanecer forte em 2007, já que a expectativa de crescimento é de 4,9%. Na América Latina, a expansão deve ficar um pouco abaixo da média mundial - em 4,2%.

O Brasil deve melhorar seu crescimento no ano que vem, mas ainda ficará aquém da média da América Latina. As projeções apontam aumento de 4% no Produto Interno Bruto brasileiro. Todos os demais países da América Latina, com exceção do Chile e da região do Caribe, entretanto, devem apresentar piora de desempenho em 2007. A economia mexicana não deve crescer acima de 3,5% em 2007, enquanto o desempenho da Venezuela não deverá passar de 3,7%, apesar da forte alta nos preços do petróleo.

De acordo com o FMI, a demanda interna é "o principal motor do crescimento" da América Latina, embora as exportações, beneficiadas pelos altos preços das commodities, também tenham contribuído para a expansão da região. A instituição destaca, porém, que esse cenário pode mudar a qualquer momento, devido ao aumento das taxas de juros, à queda nos preços das matérias-primas e ao menor apetite por parte dos investidores de risco. Por isso, os países latinos devem se preparar para enfrentar desafios.

Para tanto, o FMI sugere a manutenção de uma política fiscal "disciplinada" e o aproveitamento da forte entrada de capitais para elevar o superávit primário. Dessa forma, será possível "reduzir as dívidas do setor público e construir uma base mais forte para os períodos de fraqueza".

Petróleo

Apesar da América Latina deter a segunda maior reserva mundial de gás e petróleo, a maior parte da região não conseguiu elevar a produção e os investimentos, mesmo com a alta nos preços no mercado internacional, ressalta o FMI.

O Brasil, porém, vem aproveitando os investimentos de longo prazo da Petrobras, que possibilitaram ao país tornar-se auto-suficiente finalmente em petróleo. O mesmo não acontece com México e Venezuela, que investiram pouco no passado e somente agora começam a analisar com mais atenção o setor.

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