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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, viaja amanhã (9) para Bruxelas (Bélgica) para tentar acelerar as negociações com a União Europeia (UE) para flexibilizar os critérios de exportação de carne bovina para o bloco econômico. Segundo ele, as questões principais que serão levadas pela missão de técnicos e empresários que o acompanha são a rastreabilidade do gado exportado e as exigências da cota Hilton, que tarifa diferentemente os cortes mais nobres.
Quanto à rastreabilidade, a UE exige uma relação de fazendas - escolhidas por ela - habilitadas para exportar para o bloco europeu. "É preciso ter uma adaptação. Em vez de terem o privilégio da escolha, queremos um critério para que formemos a lista com as propriedades", afirmou Rossi a jornalistas por meio de teleconferência a partir de Ribeirão Preto. Atualmente, 1,8 mil fazendas estão habilitadas nesta lista de exportadores.
Rossi disse que se reunirá com o comissário de Saúde e Defesa do Consumidor, John Dalli, e o presidente da Comissão de Agricultura da União Europeia, Paolo de Castro, além de empresários importadores da carne bovina brasileira, para apresentar detalhes da produção nacional. Segundo ele, o Brasil está com muita dificuldade em cumprir a cota Hilton, que define o limite de importação de cortes nobres de carne bovina brasileira em 10 mil toneladas por ano.
"Não conseguimos cumprir as especificações que eles impuseram. É preciso permitir a finalização [última fase da engorda] com suplemento de ração de origem vegetal, sem nenhum risco, afirmou Rossi. Ele disse que pedirá a flexibilização das exigências. No passado, elas podiam fazer sentido, mas agora não mais", completou, referindo-se ao episódio ocorrido em fevereiro de 2008, quando a UE embargou as importações de carne bovina brasileira por deficiências no sistema de rastreabilidade nacional.
Por conta dessas especificações da cota Hilton, das 10 mil toneladas permitidas, o país conseguiu exportar apenas 10% deste valor nos últimos 12 meses. Em relação as exportações totais de carne bovina, que antes do embargo eram de aproximadamente 300 mil toneladas anuais, hoje estão em torno de 130 mil toneladas.