Economia

Brasil tem rombo de US$ 5,7 bilhões nas contas externas em setembro, pior resultado desde 2014

No acumulado dos nove primeiros meses, déficit de US$ 29,6 bilhões é o pior resultado desde 2019

Banco Central: o Brasil registra um déficit de US$ 29,6 bilhões nas contas externas (RafaPress/Getty Images)

Banco Central: o Brasil registra um déficit de US$ 29,6 bilhões nas contas externas (RafaPress/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 24 de outubro de 2022 às 15h16.

O Banco Central divulgou nesta segunda-feira que o Brasil registrou um rombo de US$ 5,7 bilhões nas contas externas em setembro de 2022, o pior resultado para o mês desde 2014 e terceiro pior desempenho da série histórica do Banco Central. O resultado das transações entre Brasil e outros países em 2014 havia sido negativo em US$ 8 bilhões.

No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, o Brasil também registra um déficit de US$ 29,6 bilhões nas contas externas. Esse é o pior desempenho para o período desde 2019, quando o rombo era de US$ 46,1 bilhões.

Esse indicador leva em conta o desempenho da balança comercial (trocas comerciais entre Brasil e outros países), de serviços (aquisição por brasileiros no exterior) e rendas (como remessas de juros, lucros e dividendos enviados do Brasil para fora do país).

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O Banco Central estima que o resultado das contas externas vai ser deficitário em 2022. A projeção é de um rombo de US$ 47 bilhões.

Para a autoridade monetária, o crescimento do déficit nas contas externas do país está relacionado a piora na conta de serviços, representada por mais gastos no exterior, e de renda, com mais remessas ao exterior sendo feita pelas empresas.

Fernando Rocha, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, diz que o crescimento do déficit nas transações correntes também é observado no montante acumulado nos últimos 12 meses, que está em US$ 46,15 bilhões, o que representa 2,6% do PIB.

A avaliação de Rocha é de que o aumento do rombo também reflete uma base de comparação baixa, dos últimos meses de pandemia, mas não vê o valor como preocupante.

"O montante de 2,6% do PIB no déficit corrente é um valor baixo e que está sendo amplamente financiado pelo ingresso de capitais estrangeiros de longo prazo, especificamente de investimento direto no país", disse.

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