Economia

Brasil tem menos endividados e mais inadimplentes

O freio no consumo ao longo de 2015 fez o país registrar uma redução de 1,3% no número de famílias endividadas no ano, mas aumentou a proporção de inadimplentes


	Dívidas: aumentou a proporção de inadimplentes, a reboque dos juros mais altos e dos aumentos de preços de itens essenciais
 (Getty Images)

Dívidas: aumentou a proporção de inadimplentes, a reboque dos juros mais altos e dos aumentos de preços de itens essenciais (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2016 às 09h52.

Rio - O freio no consumo ao longo de 2015 fez o País registrar uma redução de 1,3% no número de famílias endividadas no ano.

No entanto, aumentou a proporção de inadimplentes, a reboque dos juros mais altos e dos aumentos de preços de itens essenciais, como os alimentos, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

No ano passado, 61,1% das famílias brasileiras tinham dívidas a pagar, enquanto 61,9% das famílias possuíam algum tipo de dívida em 2014. "Houve uma retração da demanda das famílias por bens e serviços, principalmente daqueles relacionados ao crédito, como os duráveis: automóveis, móveis e eletrodomésticos", disse Marianne Hanson, da CNC.

Apesar da tendência de redução no endividamento, o indicador de inadimplência teve um salto de 8,4% no período, com agravamento especialmente no último trimestre do ano. O montante de famílias com contas em atraso aumentou de uma média de 19,4% em 2014 para 20,9% em 2015.

Contribuíram para o crescimento da inadimplência os juros mais altos, que elevaram as parcelas e dificultaram a renegociação de dívidas antigas, e as pressões inflacionárias, que tornaram o custo de vida mais caro e fizeram os bens essenciais abocanharem uma fatia maior da renda das famílias.

Houve elevação também na fatia de famílias que declararam não ter condições de pagar as dívidas em atraso, passando de uma média de 6,3% em 2014 para 7,7% do total de famílias em 2015.

"Com certeza fica cada vez mais difícil para as famílias pagarem as suas dívidas em dia", avaliou Marianne. "Aumentou o prazo das dívidas, mas isso não foi suficiente para diminuir as parcelas, para reduzir o comprometimento de renda com as contas a pagar." A parcela média da renda mensal comprometida com as contas a pagar cresceu de 30,4% em 2014 para 30,6% em 2015.

A pesquisa considera como dívidas os pagamentos a vencer em cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro e financiamento de casa, entre outros. O cartão de crédito manteve a liderança no ranking de tipo de dívida mais citada pelas famílias. Em 2015, 76,1% dos consumidores possuíam contas a pagar no cartão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CréditoDívidas pessoaisInadimplência

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto