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Houve alta de 2,9%, ou de mais 400 mil pessoas desocupadas em relação ao trimestre anterior (Jornal Brasil em Folhas/Flickr)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2021 às 09h23.
Última atualização em 30 de abril de 2021 às 10h50.
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,4% nos três meses até fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 30. O número de desempregados no período dos meses de dezembro de 2020, janeiro e fevereiro de 2021 atingiu o recorde da série histórica iniciada em 2012, com 14,4 milhões de pessoas na situação.
O resultado representa alta de 2,9%, ou de mais 400 mil pessoas desocupadas em relação ao trimestre anterior, de setembro a novembro de 2020, quando a desocupação era estimada em 14 milhões de pessoas, com taxa de 14,1%. Apesar da alta, a taxa foi considerada estável entre os trimestres. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
Em relação ao mesmo período no ano anterior, o número de desempregados no Brasil cresceu 2,7 pontos percentuais, com 2,1 milhões de pessoas a mais buscando emprego.
A analista da pesquisa do IBGE Adriana Beringuy destaca que não houve no trimestre geração significativa de postos de trabalho. "O que também foi observado na estabilidade de todas as atividades econômicas, muitas ainda retendo trabalhadores, mas outras já apontando um processo de dispensa como o comércio, a indústria e alojamentos e alimentação", afirma.
A pesquisa registrou estabilidade do contingente de pessoas ocupadas, de aproximadamente 85,9 milhões no trimestre encerrado em fevereiro de 2021 o que, segundo a analista, foi decorrente da informalidade. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o contingente de pessoas ocupadas caiu 8,3%, representando uma redução de 7,8 milhões de pessoas.
"O trimestre volta a repetir a preponderância do trabalho informal, reforçando movimentos que já vimos em outras divulgações - a importância do trabalhador por conta própria para a manutenção da ocupação”, comenta Adriana.
O nível de ocupação, que contabiliza a proporção de pessoas ocupadas do total da população em idade de trabalhar, ficou em 48,6% no trimestre de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando o nível era de 54,5%, houve queda de 5,9 pontos percentuais.
A única categoria que teve crescimento no período foi a de trabalhadores por conta própria, que passou a totalizar 23,7 milhões de pessoas, com aumento de 3,1% em relação ao trimestre anterior, de setembro a novembro de 2020. Foram 716 mil pessoas a mais nesse contingente. Em relação ao mesmo período do ano anterior, no entanto, a categoria apresentou redução de 824 mil postos.
O rendimento médio caiu 2,5% no trimestre de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021 frente ao trimestre anterior, de setembro a novembro e foi estimado em R$ 2.520. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve estabilidade.
Já a massa de rendimento se manteve estável na comparação com o trimestre anterior, estimada em R$ 211,2 bilhões, porém teve queda em relação ao mesmo trimestre um ano antes, com redução de 7,4%, que representa perda de R$ 16,8 bilhões.
Todos os dez grupos de atividades pesquisados pela PNAD Contínua apresentaram estabilidade na taxa de ocupação em relação ao trimestre anterior.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, no entanto, houve redução em sete dos dez grupamentos. Na indústria geral, a queda foi de 10,8%, ou menos 1,3 milhão de pessoas. Na construção, de 9,2%, ou menos 612 mil pessoas. No comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, de 11,1%, ou menos 2 milhões de pessoas. No transporte, armazenagem e correio, de 12,2%, ou menos 607 mil pessoas. No grupo de alojamento e alimentação, houve redução de 27,4%, ou menos 1,5 milhão de pessoas. Em outros serviços, de 18,1%, ou menos 917 mil pessoas. E em serviços domésticos, de 20,6%, ou menos 1,3 milhão de pessoas.
Com informações do IBGE
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