Economia

Brasil tem desemprego de 12,7% no tri até março, diz IBGE

No trimestre até fevereiro, a taxa havia ficado em 12,4 por cento

Trabalho: aumento do desemprego no índice trimestral apurado pelo IBGE (Amanda Perobelli/Reuters)

Trabalho: aumento do desemprego no índice trimestral apurado pelo IBGE (Amanda Perobelli/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de abril de 2019 às 09h16.

Última atualização em 30 de abril de 2019 às 10h15.

Rio de Janeiro — A taxa de desemprego no Brasil atingiu 12,7 por cento nos três meses até março, resultado mais elevado no ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 30.

A taxa subiu 1,1 ponto percentual em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2018. No trimestre até fevereiro, a taxa havia ficado em 12,4 por cento. A expectativa em pesquisa da Reuters com economistas era de uma taxa de 12,8 por cento.

Recorde de desalentados e subutilizados

taxa de subutilização da força de trabalho chegou a 25% no trimestre encerrado em março de 2019 é recorde da série histórica iniciada em 2012, segundo o instituto. Isso significa que há 28,3 milhões disponíveis para trabalhar, mas não conseguem procurar emprego por motivos diversos.

O número representa alta de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, quando a taxa era de 24,6%, a variação não foi estatisticamente significativa, diz o levantamento.

O percentual de pessoas desalentadas foi de 4,4% e manteve o recorde da série. O segmento faz parte da força de trabalho potencial do país, mas é formado por pessoas que desistiram de procurar emprego.

Segundo o IBGE, esse grupo teve variação significativa nas duas comparações: mais 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (4,3%) e mais 0,2 ponto percentual contra o mesmo trimestre de 2018 (4,2%). 

Carteira assinada

O emprego com carteira assinada continua fraco, com 32,918 milhões de pessoas no primeiro trimestre deste ano, queda de 0,1 por cento sobre o período anterior e alta de apenas 0,2 por cento sobre o primeiro trimestre do ano passado.

Ao mesmo tempo, o número de pessoas sem carteira assinada no setor privado entre janeiro e março caiu 3,2 por cento na comparação com o quarto trimestre, mas subiu 4,4 por cento sobre o mesmo período do ano passado, a 11,124 milhões.

Em relação ao rendimento médio do trabalhador, este chegou a 2.291 reais no primeiro trimestre, contra 2.276 reais no quarto trimestre e 2.259 reais no mesmo período de 2018.

Em março, o Brasil registrou fechamento líquido de 43.196 vagas formais de emprego, num resultado negativo que contrariou expectativas e foi puxado pela fraqueza no comércio, segundo dados do Ministério da Economia.

O mercado de trabalho brasileiro vem refletindo diretamente a dificuldade que a economia vem apresentando de avançar, destacadamente o setor industrial.

A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central junto a uma centena de economistas mostra que a expectativa de crescimento econômico é de 1,70 por cento em 2019, indo a 2,5 por cento em 2020.

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