Economia

Brasil tem déficit recorde em sua conta corrente em 2011

Segundo o BC, déficit da conta corrente ficou em US$ 52,6 bilhões, o equivalente a 2,12% do PIB

O BC disse também que o investimento estrangeiro no Brasil também bateu recorde (Divulgação/Banco Central)

O BC disse também que o investimento estrangeiro no Brasil também bateu recorde (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 15h27.

Brasília - O Brasil acumulou em 2011 um déficit em sua conta corrente de 52,6 bilhões de dólares, o maior de sua história, equivalente a 2,12% do PIB, apesar de um investimento estrangeiro também recorde, informou o banco central nesta terça-feira.

O resultado foi maior que o de 2010, quando o déficit alcançou os 47,300 bilhões de dólares, e foi o mais alto desde que o Banco Central passou a realizar essa estatística, em 1947.

Apesar do aumento, o Investimento Estrangeiro Direto também bateu seu recorde em 2011, com 66,700 bilhões de dólares, excluindo aplicações em ações ou títulos, num aumento de 37,4% com relação a 2010.

O índice de conta corrente registra as compras e vendas de produtos e serviços, e é deficitário quando o gasto é maior que a renda gerada por transações internacionais.

"Os países que como Brasil experimentam uma forte expansão econômica, enfrentam uma valorização da moeda, que traz como consequência um déficit em conta corrente", explicou à AFP Claudemir Galvani, professor de economia da Universidade Católica de São Paulo.

Assim, um país pode deixar de exportar bens com valor agregado (indústria) e se concentrar na venda de matérias-primas, ao mesmo tempo em que aumentam as importações de serviços e mercadorias porque sua produção fica mais custosa, disse.

Segundo o especialista, o Brasil, sexta economia do planeta, "está dentro do limite tolerável (de déficit)".

"Agora não se trata de um problema latente, mas com o passar dos anos pode gerar uma dependência do capital externo", afirmou Galván.

Em 2011, o real foi depreciado em 11,18% com relação ao dólar. Em 2010, houve apreciação de 4,6%, contra alta de 32,7% em 2009.

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