Plataforma de petróleo: importações de petróleo aumentaram 30,4 por cento em fevereiro, passando a 1,616 bilhão de dólares (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2014 às 16h38.
Brasília - A balança comercial brasileira registrou déficit de 2,125 bilhões de dólares em fevereiro, recorde para esses meses, afetada pela queda nas exportações e pelo aumento nas importações de combustíveis e lubrificantes.
O resultado veio abaixo do esperado pela mediana de 20 especialistas consultados pela Reuters, com projeção de déficit de 3,05 bilhões de dólares.
Em janeiro, a balança comercial havia registrado saldo negativo recorde de 4 bilhões de dólares, com forte aumento nas importações de bens de consumo. A balança encerrou o primeiro bimestre com déficit de 6,183 bilhões de dólares, recorde histórico.
No mês passado, as importações ficaram em 18,059 bilhões de dólares, ainda segundo o ministério, com recuo de 3,4 por cento na comparação a fevereiro de 2013 pela média diária. Só as importações de petróleo aumentaram 30,4 por cento no período, passando a 1,616 bilhão de dólares.
Com isso, as importações acumularam no ano 38,143 bilhões de dólares, 1,4 por cento inferior ao desempenho de igual período do ano passado, também pela média diária das operações.
"Não há nada que justifique o forte crescimento (das importações de petróleo) em fevereiro de forma isolada", afirmou a jornalistas o secretário de Comércio Exterior do ministério, Daniel Godinho, reconhecendo, no entanto, que esse movimento afetou o resultado global da balança no mês passado.
Em fevereiro, as exportações somaram 15,934 bilhões de dólares, com queda de 7,8 por cento pela média diária das operações frente a fevereiro do ano passado. No acumulado do ano, as exportações somam 31,960 bilhões de dólares, 3,4 por cento menores pela média diária em comparação a igual período de 2013.
A balança comercial brasileira iniciou 2014 marcada por queda nas exportações, ainda sem sinais consistentes dos efeitos do câmbio desvalorizado sobre os produtos brasileiros, mesmo em um cenário de melhora gradual na economia global.
Só no ano passado, o dólar acumulou alta de pouco mais de 15 por cento ante o real.
O mau desempenho da balança comercial no Brasil tem afetado as transações correntes no país que, em fevereiro, deve ter fechado com saldo negativo de 8 bilhões de dólares segundo recente projeção do Banco Central.