Economia

Brasil só libera estoques de café se preços subirem muito

Segundo Geller, país poderia liberar alguns volumes dos seus estoques públicos de café no fim do ano se houver a necessidade de esfriar um aumento nos preços


	Planta de café, com algumas folhas marrons por conta da seca, na fazenda Tijuco Preto: seca levou os preços do arábica a máximas em mais de dois anos
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Planta de café, com algumas folhas marrons por conta da seca, na fazenda Tijuco Preto: seca levou os preços do arábica a máximas em mais de dois anos (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2014 às 20h46.

Paris - O país poderia liberar alguns volumes dos seus estoques públicos de café no fim do ano se houver a necessidade de esfriar um aumento nos preços, mas não vai fazer qualquer movimento agora que os agricultores estão em processo de colheita, disse o ministro da Agricultura nesta segunda-feira.

O maior produtor e exportador mundial de café enfrentou uma seca devastadora em janeiro e fevereiro, o que levou os preços do arábica a máximas em mais de dois anos. Uma safra menor pelo tempo adverso deve corroer parte dos estoques brasileiros.

"Se os preços subirem muito, o governo poderia liberar um pouco do café apenas para controlar os preços no mercado interno", afirmou o ministro Neri Geller em entrevista à Reuters.

Falando no intervalo da sessão geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Paris, ele disse que os níveis de estoques públicos e privados estão historicamente baixos.

"Não haverá nenhum movimento do governo agora, porque os produtores estão colhendo e nós não queremos afetá-los, e os preços não são tão altos a ponto de afetar a inflação", disse Geller.

Ele não deu um preço que poderia levar o governo a liberar os estoques, mas disse que vai monitorar o mercado.

Estoques de café públicos e privados do Brasil devem cair para 11,5 milhões de sacas de 60 kg em 1º de julho, 18 por cento abaixo do nível de ano antes, segundo avaliação da exportadora Comexim.

O governo do Brasil reduziu no início deste mês a sua previsão para a nova safra de café para menos de 45 milhões de sacas de 60 kg, reforçando as preocupações sobre o impacto da estiagem prolongada no início do ano.

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