Interior da Lojas Americanas, no Shopping Iguatemi (ALEXANDRE BATTIBUGLI)
João Pedro Caleiro
Publicado em 10 de junho de 2014 às 12h12.
São Paulo - Com o início iminente da Copa do Mundo, os olhos do mundo estão voltados para o Brasil.
Aproveitando esse momento, a Euromonitor, empresa inglesa de pesquisa de mercado, vai lançar amanhã um relatório com o perfil econômico do país e suas perspectivas para o futuro.
Na avaliação da consultoria, o problema do Brasil hoje é estrutural: o modelo de crescimento baseado no aumento de consumo das famílias chegou a um limite - ainda mais agora que os juros estão em 11% - mas a taxa de investimento não sai do lugar.
A formação bruta de capital fixo como porcentagem do PIB foi de 18,3% em 2013 - abaixo até dos 19,4% em 2010 e menor do que em países como México (21%) e Índia (27,9%). Como exemplo de sucessos recentes na América Latina, são citados o Peru e a Colômbia.
Ainda assim, o Brasil continua promissor no longo prazo e deve ultrapassar a França e o Reino Unido para se tornar o 5º maior mercado consumidor do mundo em 2023.
O crescimento da próxima década deve continuar sendo marcado por queda da desigualdade, convergência entre as diferentes regiões do país e famílias menores (passando de uma média de 3,9 pessoas em 2000 para 2,9 em 2030).
Copa
Com base nos números da Moody's, a Euromonitor engrossa o coro dos que não acham que a Copa vá causar grande impacto na economia.
O evento deve trazer em 2014 um aumento de 10% nas chegadas internacionais de turistas e uma expansão de 5,9% no setor de alimentação (que ficou estacionado no ano passado), mas os empregos gerados são em sua maioria temporários e de pequeno peso no mercado de trabalho nacional.
Já a projeção da "marca Brasil" pode ser uma faca de dois gumes: "sediar a Copa coloca o Brasil no centro das atenções de uma forma que só um evento mundial pode fazer. No entanto, esse foco deixa o Brasil aberto a riscos e a recompensas", diz o relatório.
A Euromonitor também traz uma espécie de guia para o país, comparando dados e descrevendo bairros de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de destacar a baixa posição do país em rankings de competitividade e de corrupção.