Santander: as novas metas fiscais devem ser votadas nesta terça-feira (Paulo Fridman/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 5 de setembro de 2017 às 18h15.
Rio de Janeiro - O quadro fiscal do Brasil vai continuar difícil até 2019, dados os déficits previstos para os próximos anos, disse nesta terça-feira o presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, afirmando que enxerga sinais de reação da atividade econômica e potencial para que os bancos privados sejam protagonistas da retomada da economia num cenário de juros baixos.
Segundo Rial, o déficit fiscal projetado para os próximos anos pelo governo federal deixa o país engessado para investimentos.
O déficit previsto para esse ano é de 139 bilhões de reais e de 129 bilhões em 2018, mas o governo tem objetivo de alterar ambas para 159 bilhões. Para 2019, a meta de déficit de 65 bilhões pode ser revista para 139 bilhões, caindo a 65 bilhões em 2020.
As novas metas fiscais devem ser votadas nesta terça-feira, disse o presidente do Senado, Eunício Oliveira, mais cedo.
"Isso dá muito pouca flexibilidade e há uma penúria na capacidade do Estado de investir ou de reduzir o déficit fiscal. É um desafio grande", afirmou Rial.
O executivo afirmou que os bancos privados, em um cenário de juro cadente no Brasil, passarão a ter maior participação no financiamento de longo prazo no país.
"Num cenário de juros de 7 ou 7,5 por cento os bancos privados passam a ser instrumentos de solução de problemas estruturais no Brasil porque a curva de longo prazo se torna mais factível e já se começa a falar em prazos de 7 a 10 anos com mais consistência, o que toca diretamente as questões de infra estrutura", disse o presidente do Santander Brasil a jornalistas durante evento do banco.