Presidente francês, François Hollande (E), ouve discurso da presidente Dilma Rousseff durante jantar no Palácio do Eliseu, em Paris (Michel Euler/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 09h32.
O governo está buscando alternativas para reduzir o custo de se produzir no Brasil e quer desburocratizar a economia brasileira para aumentar a competitividade do país, disse nesta quarta-feira a presidente Dilma Rousseff, na França.
Dilma também destacou, em discurso num seminário empresarial em Paris, as ações que o Brasil tem adotado na área de infraestrutura para superar gargalos ao desenvolvimento, como ferrovias, portos e aeroportos.
"Estamos tendo uma grande preocupação em reduzir o custo que significa produzir no Brasil, mas não é o custo Brasil tradicional, nós queremos é competitividade", disse Dilma.
"É completamente diferente daquela época que olhavam para nós e falavam: 'o custo do Brasil é porque a dívida soberana do Brasil está 2.153 pontos acima do que pagam as norte-americanas'. Isso não é nosso problema mais. Ninguém que tem 378 bilhões de dólares (em reservas) tem esse tipo de problema." Algumas medidas recentes adotadas pelo governo incluem a desonoreção da folha de pagamento para diversos setores da economia, a redução da tarifa de energia elétrica a partir de 2013 e o processo de queda da taxa de juros para a mínima histórica de 7,25 por cento ao ano.
"São medidas que dizem respeito à forma pela qual nós queremos que a nossa economia seja, nós queremos uma economia flexível, capaz de gerar inovação, capaz de junto com a sua sociedade gerar ciência e tecnologia para o país", disse Dilma, sem citar especificamente as medidas.
"Nós queremos uma economia desburoctratizada, e estamos empenhados em resolver também os gargalos históricos na nossa infraestrutura, gargalos que advém de 20 anos de políticas exclusivas de austeridade." A presidente voltou a criticar a busca apenas pela austeridade fiscal como melhor forma de enfrentar a crise econômica e defendeu a combinação de cortes de gastos com medidas de incentivo ao crescimento econômico.
Dilma, que disse que o Brasil está fazendo a sua parte para combater a crise internacional aumentando os investimentos, afirmou que o governo também quer garantir a participação dos investidores privados no país.
"Queremos construir um ambiente extremamente seguro e amigável para o investimento privado. Tanto o investimento privado por si e também em parcerias público-privadas são essenciais para resolver os gargalos na nossa logística", disse.
A economia brasileira frustrou as expectativas do governo e do mercado ao crescer apenas 0,6 por cento no terceiro trimestre ante o trimestre imediatamente anterior.