Economia

Brasil pode ser beneficiado com acordo EUA-China, diz Tereza Cristina

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, visitará a Ásia para tentar abrir mercados para o Brasil em meio as negociações entre os EUA e a China

Trump anunciou que elevará de 10% para 25% a partir de sexta-feira as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Trump anunciou que elevará de 10% para 25% a partir de sexta-feira as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de maio de 2019 às 15h17.

São Paulo — A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta segunda-feira, 6, em São Paulo, que, caso Estados Unidos e China não alcancem acordo, o Brasil poderá ser beneficiado. Ela, porém, foi cautelosa ao comentar a declaração do presidente norte-americano Donald Trump, que, no Twitter, anunciou que elevará de 10% para 25% a partir de sexta-feira as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Além disso, Trump ameaçou tarifar "em breve" em 25% o equivalente a US$ 325 bilhões em outros produtos da China e reclamou do andamento lento das negociações de comércio bilaterais.

"A gente precisa saber se foi só um recado duro ou se isso vai se efetivar", afirmou a ministra após participar de reunião do Conselho Superior do Agronegócio, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Claro que, se os Estados Unidos e a China não entrarem em acordo, e se as tarifas não voltarem ao que eram antes, realmente é uma oportunidade, uma janela de oportunidade a mais para o Brasil."

Na madrugada de terça-feira (7) a ministra embarca para a Ásia, onde tentará abrir mercados para o Brasil, principalmente no setor de proteína animal. "Eu vou chegar lá em meio a toda essa negociação (China e EUA) e eu vou fazer uma leitura do que isso pode representar para o Brasil, principalmente para a soja, que é nossa grande preocupação", afirmou. O País é concorrente dos EUA na exportação de soja para a China. "Já a carne, os chineses terão que importar para suprir sua demanda interna e hoje já tem um alto preço, então o Brasil pode colaborar um pouco para que esses preços lá possam cair."

Ela contou que na China vai dizer "que o Brasil é um grande parceiro". "Somos parceiros confiáveis, temos produtos de qualidade e volume - de soja, milho, enfim", declarou. Sobre novas habilitações de indústrias, Tereza Cristina disse que ainda não há sinalização. "Essa resposta, nós vamos trazer de lá", afirmou.

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