Economia

Brasil não teve ousadia para reduzir meta de inflação, diz Ilan

Presidente do Banco Central também disse que está satisfeito no comando da autoridade monetária

Ilan Goldfajn: "continuo trabalhando da forma como comecei. Procuro ser o mais técnico possível. Não vou questionar se o cenário é melhor ou pior politicamente" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ilan Goldfajn: "continuo trabalhando da forma como comecei. Procuro ser o mais técnico possível. Não vou questionar se o cenário é melhor ou pior politicamente" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de junho de 2017 às 09h09.

São Paulo - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que conduz o seu trabalho de forma técnica e apartidária, independentemente da atual crise política enfrentada pelo Brasil, e que o país não teve "oportunidade e ousadia" para reduzir a meta de inflação.

Desde que a crise política atingiu o governo do presidente Michel Temer, houve mudança na projeção de redução da taxa básica de juros diante da expectativa de que haverá mais dificuldade para aprovar reformas importantes, como a da Previdência.

Sem as reformas, que podem levar a piora do quadro fiscal, o BC pode ser obrigado a ser mais duro na condução da política monetária. Atualmente, a Selic está em 10,25 por cento ao ano.

"Continuo trabalhando da forma como comecei. Procuro ser o mais técnico possível. Não vou questionar se o cenário é melhor ou pior politicamente", disse Ilan ao participar de evento em São Paulo na noite de segunda-feira.

Em meio ao ambiente de inflação cada vez mais distante do centro da meta oficial --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos--, Ilan disse ainda que o país não conseguiu discutir reduzir o objetivo. Faltou "oportunidade e ousadia" para tanto, afirmou, sem entrar em detalhes.

Neste mês, o Conselho Monetário Nacional (CMN) terá de fixar uma meta de inflação para 2019 e há defesa dentro da equipe econômica que ela deve ficar abaixo de 4,5 por cento. A inflação tem rodado abaixo de 4 por cento em 12 meses, abrindo espaço para esse movimento.

O presidente do BC também disse que está satisfeito no comando da autoridade monetária e que tem se preocupado em jogar tanto na defesa como no ataque, sem especificar quais são as ações.

"A gente joga tanto na defesa como no ataque. Mas o que é da defesa ninguém vê. Em muita coisa a gente joga no ataque, fazendo agendas".

Desde que assumiu, Ilan tem tentando levar o adiante uma série de medidas para, por exemplo, reduzir o custo do crédito, por meio da Agenda BC+.

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