Economia

"Brasil não está doente!", diz Levy em entrevista

Ministro descartou flexibilizar meta de superávit primário e pediu rapidez do Congresso na aprovação das medidas de ajuste


	O ministro da Fazenda, Joaquim Levy
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy (REUTERS/Paulo Whitaker)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 6 de março de 2015 às 11h34.

São Paulo - "O Brasil não está doente!", diz Joaquim Levy logo em sua primeira resposta em uma entrevista publicada pelo jornal Folha de São Paulo nesta sexta-feira.

A pergunta ao ministro da Fazenda era: "Não corremos o risco de matar o doente com o remédio administrado?". O remédio, no caso, é o ajuste fiscal de corte de gastos e aumentos de impostos promovido pelo ministro.

Ele negou que focar neste reequilíbrio seja negligenciar a agenda do crescimento: "O ajuste fiscal é o primeiro passo para o crescimento (...) Em geral, estabelecido o equilíbrio, a economia dá a partida." E usou uma metáfora: "Uma dieta efetiva requer comer menos e melhor".

Apesar da maior parte das medidas não dependerem do Congresso, o ministro pediu rapidez aos legisladores e disse que isso era importante para tornar mais previsível a avaliação dos agentes econômicos. Ele também mostrou otimismo com uma possível aprovação da reforma do PIS/COFINS ainda este ano.

Na semana passada, o presidente do Senado Renan Calheiros devolveu ao Planalto a Medida Provisória que revertia parte das desonerações na folha de pagamento.

Na entrevista, Levy descartou qualquer possibilidade de flexibilizar a meta de superávit primário de 1,2% do PIB para este ano e disse que a presidente Dilma Rousseff demonstra total comprometimento com o ajuste.

Na semana passada, o ministro disse que as desonerações agora revertidas eram algo "muito grosseiro" e foi repreendido publicamente por Dilma, que classificou sua fala como "infeliz".

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalCongressoDilma RousseffImpostosJoaquim LevyLeãoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron