Economia

Brasil não deve atingir meta fiscal até 2016, avalia Moody's

Contínuo corte de gastos só vai compensar parcialmente frustração na arrecadação, avalia agência de risco


	Sede da Moody's: segundo a empresa, a dívida bruta deve atingir o pico de 66% do PIB em 2016
 (REUTERS/Brendan McDermid)

Sede da Moody's: segundo a empresa, a dívida bruta deve atingir o pico de 66% do PIB em 2016 (REUTERS/Brendan McDermid)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2015 às 11h45.

São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's divulgou nesta quarta-feira, 03, relatório no qual afirma que o Brasil não deve atingir a meta fiscal estabelecida pela equipe econômica para este e o próximo ano.

"A administração Dilma estabeleceu uma meta de superávit de 1,2% do PIB este ano e 2% em 2016, como uma forma de reconquistar credibilidade das políticas (econômicas), mas provavelmente não deve atingir essas metas", diz no relatório o vice-presidente da Moody's Mauro Leos.

Segundo ele, mesmo que as metas de superávit primário sejam atingidas, o aumento nas taxas de juros fará com que os gastos com o pagamento de juros continuem elevados até 2016.

Apesar dos esforços de consolidação fiscal do governo, a Moody's aponta que as receitas têm caído mais rápido do que as despesas e que o contínuo corte de gastos só vai compensar parcialmente essa frustração na arrecadação.

Apesar desse cenário negativo para a política fiscal, a Moody's afirma que o futuro do rating do Brasil vai depender, em última instância, da avaliação de uma série de riscos fiscais, econômicos, externos e políticos.

"As tendências fiscais são apenas um dos vários fatores influenciado o perfil de crédito soberano".

No relatório a agência reforça que o fraco desempenho da economia e a alta dos juros no Brasil prejudicam o processo de redução da dívida pública.

Segundo a empresa, a dívida bruta deve atingir o pico de 66% do PIB em 2016 e permanecer acima de 60% até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff, em 2018.

A agência diz ainda que os níveis de dívida do Brasil já são maiores do que os de outros países com rating na faixa Baa e devem continuar se distanciando desse grupo.

Esse aumento da dívida "enfraquece potencialmente o perfil de crédito soberano".

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