Economia

Brasil lidera conteúdo nacional em exportação, vê estudo

Com 90,7% de conteúdo nacional nas exportações, o Brasil perde apenas para a Rússia na pesquisa


	Porto de Santos, em São Paulo: a especialização brasileira em produtos de base e nas primeiras etapas das cadeias de abastecimento explica o alto nível de conteúdo nacional nas exportações
 (Germano Lüders / EXAME)

Porto de Santos, em São Paulo: a especialização brasileira em produtos de base e nas primeiras etapas das cadeias de abastecimento explica o alto nível de conteúdo nacional nas exportações (Germano Lüders / EXAME)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 18h52.

Londres - Brasil e Rússia são os países que têm mais conteúdo nacional no valor agregado de suas exportações. A constatação é de uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo o estudo, 90,7% do valor das exportações brasileiras é nacional. O porcentual é bem superior à média dos demais países, de 72,6%.

Em outras palavras, enquanto as exportações brasileiras têm menos de 10% do valor em componentes estrangeiros, a média dos outros países é quase 30%. "Em média, o conteúdo em valor agregado estrangeiro das exportações brutas brasileiras e a parcela dos seus insumos importados que são usados na exportação são inferiores aos níveis registrados em todos os países da OCDE", destaca a pesquisa.

No estudo, o Brasil ficou apenas atrás da Rússia, que teve 91,9% do valor produzido no próprio país. Entre os demais mercados estudados, a Alemanha, por exemplo, tem 72% do valor agregado com origem nacional. Ou seja, as exportações alemãs têm 28% de componentes importados. Entre os outros países, China e México têm 67,9% do valor agregado nacional, Estados Unidos têm 82,5% e Japão, 83,6%.

A explicação para a elevada participação nacional nas exportações brasileiras, porém, não é das mais positivas: o Brasil tem pouco conteúdo importado porque boa parte das exportações é de itens básicos como as commodities, que não dependem de componentes de outros países, ou produtos com reduzido processo de manufatura, que, por isso, requerem menos tecnologia. A mesma explicação pode ser atribuída à Rússia, que depende muito dos embarques de petróleo e gás.


"O alto conteúdo nacional reflete a envergadura do País e a sua especialização em produtos de base e nas etapas iniciais das cadeias de abastecimento", diz o relatório no trecho dedicado ao Brasil. Para citar três exemplos: o setor agropecuário brasileiro tem 94,3% de conteúdo nacional, o segmento de minério registra 92,3% do valor das exportações com origem brasileira e o segmento de alimentos, bebidas e tabaco, 93,5%.

Outro setor com elevado conteúdo nacional é o de serviços. Na intermediação financeira, por exemplo, 96,5% do valor agregado das exportações é verde e amarelo. Na indústria, os níveis de participação estrangeira são maiores. Em material de transporte - como veículos, caminhões e aviões, o porcentual nacional é 85,7%. Portanto, 14,3% do valor agregado das exportações têm origem no exterior. No segmento elétrico e óptico, os valores são semelhantes: 85% do valor agregado é nacional e 15% é importado.

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