Economia

Brasil lamenta mortes no ataque à Líbia e pede cessar-fogo

O Itamaraty manifestou em comunicado seu desejo de implementar "o mais rápido possível" um cessar-fogo "capaz de garantir a proteção da população civil"

Capital Trípoli chega à terceira noite seguida de bombardeios contra Gaddafi (José Assenco/Stock.xchng)

Capital Trípoli chega à terceira noite seguida de bombardeios contra Gaddafi (José Assenco/Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 20h26.

Brasília - O Governo brasileiro "lamentou" nesta segunda-feira as mortes ocorridas pelos ataques da coalizão internacional às forças do líder líbio, Muammar Kadafi, e pediu que se alcance "um cessar-fogo efetivo" o mais rápido possível.

O Itamaraty manifestou em comunicado seu desejo de implementar "o mais rápido possível" um cessar-fogo "capaz de garantir a proteção da população civil" e "acredita nas condições" para concluir a crise por via diplomática.

"O Brasil reitera sua solidariedade com o povo líbio na busca de uma maior participação na definição do futuro político do país, em ambiente de proteção dos direitos humanos", acrescenta a nota.

O Governo brasileiro também reiterou seu apoio "aos esforços" do enviado especial da ONU para a Líbia, Abdelilah Al Khatib, na busca de uma solução "negociada e duradoura" para a crise.

O país sul-americano, que integra o Conselho de Segurança da ONU na qualidade de membro não-permanente, se absteve na votação de quinta-feira passada na qual se impôs uma zona de exclusão aérea na Líbia.

Essa abstenção, segundo o Brasil, "não deve de nenhuma maneira ser interpretada como um endosso do comportamento das autoridades líbias", que o Governo brasileiro "condena", ou "como negligência perante a necessidade de proteger a população civil e fazer respeitar seus direitos".

No entanto, o Brasil entende que a resolução aprovada pela ONU "contempla medidas que vão muito além" do pedido pela Liga Árabe, que se limitava ao estabelecimento de uma zona de exclusão aérea.

"Não estamos convencidos de que o uso da força" levará ao "fim imediato da violência e dará proteção aos civis", expressou o Brasil em seu voto, no qual manifestou sua "preocupação" pela possibilidade de que uma ação armada se volte contra a população à qual se quer proteger.

Além do Brasil, Rússia, China, Índia e Alemanha se abstiveram na votação do Conselho de Segurança que aprovou a operação militar chamada "Odisseia do Amanhecer", que começou no fim de semana passado contra as forças de Kadafi.

O Conselho de Segurança da ONU acordou realizar na próxima quinta-feira uma reunião para analisar a evolução da intervenção militar no país norte-africano.

A televisão estatal líbia assegurou que, pelo menos, 48 pessoas morreram nos ataques realizados no domingo pela coalizão internacional.

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