Joaquim Levy, ministro da Fazenda: para a equipe econômica, há expectativa de que adesão seja entendida como um movimento "amigável ao mercado" (REUTERS/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2015 às 07h31.
Londres - O Brasil dará, na terça-feira, 2, um importante passo para uma eventual entrada na Organização para o Desenvolvimento Econômico e Social (OCDE).
Após uma negociação-relâmpago para os padrões diplomáticos, o País assinará um acordo em Paris para aprofundar o relacionamento com a entidade, que reúne as principais economias ricas do mundo.
Isso abrirá caminho para uma futura adesão formal ao organismo. Um dos argumentos de quem apoia a iniciativa é que a aproximação ajudará no crescimento econômico.
Com a presença dos ministros de Relações Exteriores, Mauro Vieira, da Fazenda, Joaquim Levy, e do secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, o Brasil assinará no fim da tarde de terça-feira, 2, durante o fórum anual da entidade, o "Acordo Marco de Cooperação com a OCDE".
O texto que aprofundará o relacionamento começou a ser discutido oficialmente em abril, segundo informou ao Broadcast um integrante do governo que acompanha o tema, mas pediu anonimato.
O documento vai estabelecer a base jurídica para o relacionamento entre o País e a OCDE e prevê, entre outros temas, detalhes sobre como serão feitas futuras contribuições financeiras do governo brasileiro à entidade.
Na esfera econômica e diplomática, os dois meses de debate para o texto final são exaltados pela rapidez.
Para diplomatas, a assinatura do acordo é entendida como o mais importante passo dado pelo Brasil rumo à futura adesão.
Para a equipe econômica, há expectativa de que seja entendida como um movimento "amigável ao mercado".
Grupo dos ricos
Apesar do interesse da OCDE em atrair o Brasil, certas áreas da diplomacia e do governo brasileiro mantinham distância da entidade, entre outras razões, pela leitura de que a organização era um "grupo dos ricos".
Mesmo que com essa cautela, o Brasil se aproximou.
Na educação, por exemplo, o País é o único não membro da OCDE no conselho do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, o Pisa.
Em Brasília, o principal argumento para a aproximação é que a OCDE está alinhada com o discurso de que o Brasil precisa melhorar o ambiente de negócios.
A entidade estuda e incentiva políticas para o aumento da eficiência dos gastos públicos, da produtividade e da qualificação dos trabalhadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.