Economia

Brasil fecha 2013 com pior geração de empregos em 10 anos

Economia brasileira fechou 449.444 postos de trabalho com carteira assinada em dezembro, acumulando criação 730.687 vagas no ano


	Carteira de trabalho: geração de empregos no ano passado foi o pior desde 2003
 (Marcello Casal Jr/ABr)

Carteira de trabalho: geração de empregos no ano passado foi o pior desde 2003 (Marcello Casal Jr/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 17h57.

Brasília - A economia brasileira fechou 449.444 postos de trabalho com carteira assinada em dezembro, levando 2013 a registrar o pior resultado em dez anos e indicando perda de dinâmica no mercado de trabalho.

No acumulado do ano passado, segundo informou o Ministério do Trabalho nesta terça-feira, a criação líquida de vagas formais no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) somou 730.687 vagas, sem ajustes, e 1,117 milhão de postos com ajustes.

Foi o pior desempenho anual desde 2003, quando o país criou 645.433 vagas formais sob o critério sem ajuste. Com ajuste, pelo menos por enquanto, também foi o pior desempenho em dez anos.

O resultado de 2013 veio bem abaixo do esperado pelo governo, que em meados do ano previa contratação líquida de 1,4 milhão de trabalhadores. Mesmo assim, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou que a estimativa é de que serão abertos entre 1,4 milhão e 1,5 milhão de empregos formais em 2014.

"Tivemos crescimento do PIB que não foi alto em 2013 e a geração de empregos não pode contrariar esse prognóstico", explicou o ministro, acrescentando que a previsão de 2014 se dá baseada em investimentos e consumo.

Ainda de acordo com ele, o setor serviço irá liderar a oferta de vagas com carteira assinada este ano, com ênfase no comércio.

Pesquisa da Reuters indicava que, em dezembro, seriam fechadas 456 mil vagas, de acordo com mediana de 10 projeções, que variavam entre fechamento de 400 mil a 550 mil vagas.


Um ano antes, haviam sido fechados 496.944 empregos em dezembro e abertos 868.241 postos em 2012 no dado sem ajuste e 1,373 milhão de vagas no dado com ajustes.

Indústria Liderou Oferta

Entre os setores computados pelo Caged, apenas o de Indústria de Transformação mostrou aceleração na abertura de novas vagas no ano passado: foram 126.359 postos em 2013 com ajustes, 36 por cento a mais do que em 2012. Isso ocorreu mesmo com o desempenho errático da produção industrial no ano passado, oscilando com altas e quedas ao longo do tempo.

Todos os demais setores, segundo os dados do Caged, mostraram menos contratações no ano passado. As maiores perdas de fôlego ocorreram na indústria Extrativa mineral --com retração de 76 por cento nas admissões sobre 2012-- e na Agricultura, com queda de 70 por cento.

Também os fortes setores de Serviço, Comércio e Construção civil amargaram recuo nas contratações em relação a 2012.

"Com a expectativa de PIB fraco este ano, (com crescimento) na casa de 2,1 por cento, não dá para vislumbrar um quadro de melhora para o emprego. Devemos observar estabilidade na geração de emprego neste ano", comentou o economista da Tendência Consultoria, Rafael Bacciotti.

Mesmo com a oferta de vagas no mercado formal de trabalho perdendo ímpeto, a taxa de desemprego geral no país continua em patamares baixos, ao mesmo tempo em que o rendimento continuou crescendo, mesmo que com ritmos mais modestos.

O mercado de trabalho tem sido uma das principais âncoras do governo da presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição neste ano. Em seus três primeiros anos de governo, segundo o Caged, foram criadas pouco mais de 4,5 milhões de vagas formais.

Atualizado às 18h57min de 21/01/2014, para adicionar mais informações. 

Acompanhe tudo sobre:Cagedeconomia-brasileiraEmpregosMercado de trabalho

Mais de Economia

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade