O Brasil importa metade do consumo anual de trigo estimado em 10 milhões de toneladas e o principal fornecedor é a Argentina, que responde por cerca de 80% do suprimento (Menahem Kahana/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 12h33.
Brasília - O Brasil vai liberar as importações de trigo da Rússia. O acordo fitossanitário que abre o mercado brasileiro será assinado em 19 de fevereiro pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e pelo ministro da Agricultura da Federação Russa, Nikolay Fedorov.
O entendimento faz parte da programação da visita das autoridades russas ao Brasil, que começa no dia 18 e termina no dia 20 com a presença do primeiro-ministro, Dmitri Medvedev.
O diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Cosam Coutinho, explicou que a negociação entre os dois países já leva alguns anos e a abertura das importações para o comércio de trigo russo pode suprir uma carência que o Brasil tem em relação ao produto.
O Brasil importa metade do consumo anual de trigo estimado em 10 milhões de toneladas e o principal fornecedor é a Argentina, que responde por cerca de 80% do suprimento.
O diretor de Sanidade observa que esse o momento atual é favorável a abertura do mercado para o trigo russo porque o Brasil zerou a alíquota de importação para trigo de qualquer procedência até 30 de agosto de 2013, em virtude do risco de desabastecimento do mercado brasileiro.
A medida aprovada nesta semana pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) isenta da taxação de 10% relativa à Tarifa de Exportação Comum (TEC) para até 1 milhão de toneladas de trigo comprado de países fora do Mercosul, no período de abril a julho deste ano.
Cosam afirmou que durante o encontro do Comitê Agrário Rússia/Brasil, que será realizado no dia 18 de fevereiro, também será discutida a possibilidade de os dois países firmarem o protocolo sobre cooperação para o fornecimento de farelo de soja do Brasil para a Rússia. O protocolo também faz parte das rodadas de negociações entre os dois países e as tratativas técnicas finais estão em discussão.