Carnes: exportações de carnes brasileiras para a Rússia foram proibidas no fim do ano passado (Paulo Whitaker/Reuters)
Reuters
Publicado em 5 de julho de 2018 às 16h17.
São Paulo - Os protestos de caminhoneiros em maio, que obstruíram o tráfego nas principais rodovias do Brasil, e as proibições comerciais sobre a carne bovina do país levaram as exportações brasileiras da proteína a cair em junho ao menor nível para o mês em 15 anos, disse nesta quinta-feira a INTL FCStone, citando dados do governo.
As exportações brasileiras de carne bovina totalizaram 54.390 toneladas no mês passado, 45,4 por cento menos na comparação anual.
A greve de 11 dias dos caminhoneiros e incertezas em relação aos preços de fretes depois das paralisações contribuíram para a queda, destacou a INTL FCStone.
"A contração observada nas exportações decorre principalmente das dificuldades de recomposição da produção enfrentadas pelo setor desde a greve dos caminhoneiros entre o final de maio e início do último mês", disse a INTL FCStone. A greve dos caminhoneiros teve impacto nos embarques de carnes congeladas nos portos e interrompeu a entrega de animais para abate, disse a consultoria.
Isso levou o setor "a um período de estagnação da produção, diminuindo a oferta no mercado interno", acrescentou.
Os custos de frete domésticos subiram após a imposição de preços mínimos pelo governo como uma das medidas para acabar com os protestos.
Dúvidas relacionadas aos preços de frete reduziram o fornecimento de ração, que já tinha sido abalado por uma alta de 20,5 por cento no preço do milho depois que uma seca prejudicou a safra em importantes Estados produtores, disse a consultoria.
"O setor exportador brasileiro ainda aguarda uma retomada das compras de carne bovina in natura por parte da Rússia, que já foi a principal importadora da produção nacional", disse a INTL FCStone.
As exportações de carne bovina brasileiras para a Rússia foram proibidas no fim do ano passado, destacou a consultoria.