Dilma Rousseff durante discurso: "governo está preparado para as mudanças na política monetária expansionista dos Estados Unidos", disse (AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 09h30.
Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que o Brasil está preparado para o momento em que o Governo dos Estados Unidos começar a reduzir os estímulos econômicos com os quais enfrentou a crise internacional e que elevaram a liquidez no mundo todo, incluindo os países emergentes.
"O Governo está preparado para as mudanças na política monetária expansionista dos Estados Unidos, para quando o Fed (Federal Reserve americano) começar a reduzir o valor injetado no mercado", disse a chefe de Estado em entrevista a um grupo de rádios.
A governante assegurou que o Governo está atento ao que ocorre no mundo e que é consciente que a economia americana está em fase de recuperação, por isso que não descarta que os estímulos comecem a ser reduzidos a curto prazo.
"Vamos enfrentar este momento de dificuldade com tranquilidade. Não há nada que o Brasil não possa enfrentar", afirmou a governante ao admitir que a eliminação dos estímulos pode provocar uma fuga de investimentos e de dólares desde os mercados emergentes rumo aos Estados Unidos.
Uma das principais preocupações do Governo brasileiro é com a possibilidade de uma volatilidade cambial após a confirmação de uma mudança na política monetária americana.
Dilma se referiu à possibilidade da eliminação do programa de estímulo poucas horas antes do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve, que dirige a política monetária dos Estados Unidos, concluir sua última reunião do ano, na qual analisa a continuidade da política expansionista.
O Fed deve anunciar no final desta quarta-feira sua decisão sobre a continuidade da política que iniciou em dezembro de 2008, no meio da recessão mais profunda e prolongada nos EUA em quase oito décadas.
Desde então mantém a taxa básica de juros abaixo dos 0,25% anual e no ano passado, iniciou um programa de aquisição de títulos por cerca de US$ 85 bilhões mensais, que garantem a liquidez no mundo todo.
Os últimos indicadores, no entanto, indicam que a maior economia do mundo já não depende tanto desses estímulos, por isso que os mercados internacionais já preveem uma mudança na política, o que se traduziu em quedas generalizadas.