Economia

Brasil está preparado para instabilidades externas, diz Levy

Segundo o ministro da Fazenda, o Brasil está preparado para enfrentar instabilidades externas e “estamos ajustando a economia para uma nova realidade”


	O ministro da Fazenda, Joaquim Levy
 (Marcello Casal Jr./ABr)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy (Marcello Casal Jr./ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2015 às 00h01.

A turbulência nos mercados financeiros globais provocada pela economia chinesa não deve ser confundida com um problema permanente da economia brasileira, disse hoje (24) o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em entrevista na embaixada brasileira em Washington.

Acrescentou que o Brasil sabe que pode haver essa volatilidade, está preparado para enfrentar instabilidades externas e “estamos ajustando a economia para uma nova realidade”.  

Na entrevista, cujo áudio foi fornecido à imprensa pelo Ministério da Fazenda, o ministro reiterou que o país tem vantagens naturais que permitem suportar momentos desfavoráveis: “O Brasil é uma economia bastante diversificada, tem independência energética e inúmeras coisas a favor dela. É uma economia que também consegue se dar bem, mesmo num cenário global mais adverso”, declarou.

“É o momento de continuar trabalhando para ter um Brasil preparado e firme para superar isso e voltar a crescer. Acho que não vai haver depressão nos mercados globais”.

Sobre a reforma administrativa para reduzir o número de ministérios de 39 para 29, anunciada nesta segunda-feira, em Brasília, pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, Levy disse que a medida é estrutural, tornará o governo mais eficiente e ajudará no ajuste fiscal.

“Acho que é um começo, uma indicação superimportante de que a gente tem um trabalho de melhoria de funcionamento da maquina do governo”, ressaltou. Sem dar estimativas, ele disse que a economia será significativa e de efeito imediato. Levy esclareceu que a viagem aos Estados Unidos teve motivos pessoais e informou que continua trabalhando na elaboração do projeto de lei do Orçamento Geral da União de 2016, que será enviado ao Congresso Nacional na próxima segunda-feira (31).

“A presidente Dilma teve a gentileza de me permitir vir até aqui passar dois dias com minha família. Minhas filhas moram aqui, e tem uma que vai passar um ano na China. Vim me despedir dela, dar um pouquinho de carinho. A gente também é pai”, explicou.

Sobre a preparação do orçamento, o ministro disse que continua em contato com a equipe econômica e com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Ele evitou responder se o projeto prevê aumento de tributos. Apenas disse que o equilíbrio fiscal deve ser preservado. Levy explicou que o governo tem uma meta de superávit [primário], tem despesas obrigatórias, e  precisa ter cobertura adequada.

Por isso, tem que “fazer uma equação que consiga disciplina nas despesas para minimizar os impostos necessários, mas tem de olhar as coisas com muita transparência e visando a ter uma economia robusta”.

Em relação à saída do vice-presidente Michel Temer do dia a dia da articulação política, Levy negou divergência em relação ao corte de gastos. Segundo o ministro da Fazenda, Temer tem feito um trabalho extraordinário: “Acredito que ele vai continuar fazendo um trabalho extraordinário, até pela experiência e pela temperança dele”.

Acompanhe tudo sobre:Joaquim LevyMinistério da Fazenda

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto