Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota: "creio que hoje há condições mais favoráveis que em 2006 e 2007, quando tentamos o último acordo", disse (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2013 às 17h34.
Rio de Janeiro - Um esperado acordo comercial entre Mercosul e União Europeia pode sair em cerca de um ano, estimou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota.
Embora várias tentativas de acordo tenham sido feitas nos últimos anos, Patriota acredita que agora o momento seja favorável.
Até o fim do ano, os blocos econômicos devem apresentar novas propostas que encaminhem o acordo bilateral. O compromisso foi firmado entre os países membros do Mercosul com representantes da Comissão Europeia em um recente encontro no Chile.
"Creio que hoje há condições mais favoráveis que em 2006 e 2007, quando tentamos o último acordo. Nós ficamos mais fortes e a União Europeia atravessa certa dificuldade... Isso está relativamente avançado e poderá, com vontade política, transformar-se em um acordo em um ano ou um pouco mais", disse Patriota, durante um evento no Rio de Janeiro.
No entanto, o ministro prevê que o Mercosul pode sofrer algumas perdas nas negociações com a UE em razão de acordos paralelos que vêm sendo costurados pelos europeus com outros países.
"Talvez, por outro lado, devemos perder benefícios do sistema geral de preferência europeu, que afeta 15 por cento das nossas exportações. Existem outra negociações da UE com outros parceiros como Índia e Coreia (do Sul) que também podem ter efeito negativo aos nossos interesses." Um alto funcionário do governo brasileiro disse à Reuters recentemente que o país quer mudar a forma como o Mercosul negocia acordos comerciais com a União Europeia, para acelerar as conversas que vêm acontecendo desde 1995.
No início de julho, em um encontro de líderes do Mercosul no Uruguai, a presidente Dilma Rousseff, pediu que o bloco acelere as negociações comerciais, incluindo o plano envolvendo a União Europeia, pedindo uma "nova agenda de inserção" global que reflita o potencial da união aduaneira sul-americana.
O Mercosul, que é formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela e Uruguai, está tentando retomar as negociações com a UE, visando um acordo comercial que envolve 750 milhões de pessoas e 130 bilhões de dólares em comércio anual.