Economia

Brasil é país com maior queda no faturamento em fábricas Hyundai

O segundo pior desempenho é o da própria Coreia do Sul, onde o faturamento teve recuo de 7,6% no acumulado do ano

Fábrica da Hyundai em Piracicaba (Germano Lüders/EXAME.com)

Fábrica da Hyundai em Piracicaba (Germano Lüders/EXAME.com)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de outubro de 2016 às 19h06.

São Paulo - Dos países onde a montadora sul-coreana Hyundai mantém pelo menos uma fábrica, o Brasil foi o que apresentou a maior queda no faturamento em 2016.

De janeiro a setembro deste ano, as receitas da filial brasileira caíram 11,4% em relação a igual período do ano anterior, para 1,15 trilhão de wons (a moeda sul-coreana) - o equivalente a R$ 3,17 bilhões -, mostra balanço global divulgado pela empresa nesta quarta-feira, 26.

O segundo pior desempenho é o da própria Coreia do Sul, onde o faturamento teve recuo de 7,6% no acumulado do ano até setembro, para 29,685 trilhões de wons - cerca de R$ 81 bilhões -, com o terceiro trimestre marcado por greves dos trabalhadores e apreciação da moeda sul-coreana em relação ao dólar e ao euro, o que prejudica as receitas com exportações. As demais regiões tiveram crescimento na mesma base de comparação: Estados Unidos (16,1%), Índia (14,4%), China (8,9%), República Tcheca (25,2%), Turquia (6,9%) e Rússia (5%).

Em unidades de veículos vendidos, Brasil e Coreia do Sul trocam de posição. A filial brasileira acumula, de janeiro a setembro, venda de 116 mil unidades (todos da família HB20, o único modelo produzido pela fábrica brasileira), uma retração de 8,3% ante igual período do ano anterior, enquanto na Coreia do Sul a queda é de 12,6%, ainda de acordo com o balanço da empresa.

No terceiro trimestre, no entanto, as vendas no Brasil sobem 2,9% em comparação com o terceiro trimestre de 2015, para 42 mil unidades.

Apesar do fraco desempenho no mercado brasileiro, a Hyundai é, entre as montadoras que atuam no País, uma das que têm caído menos em 2016, em meio a uma crise do setor que se arrasta desde 2013, com quedas consecutivas nas vendas e na produção.

Desde que inaugurou sua fábrica em Piracicaba, no interior de São Paulo, em 2012, a marca saltou de 8º para 4º na preferência dos brasileiros, desbancando montadoras como Ford, Toyota, Renault e Honda.

Segundo o último boletim da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas de veículos leves (automóveise comerciais leves) em todo o Brasil acumulam, de janeiro a setembro, baixa de 22,4%, mais que o dobro do tombo reportado pela Hyundai no balanço de hoje. Encolhendo menos que as demais, a marca elevou a sua participação no mercado de 2,99% em 2012 para 10% em 2016.

Nos resultados globais, a Hyundai registrou lucro líquido de 1,119 trilhão de wons (R$ 3,1 bilhões) no terceiro trimestre, queda de 36,6% em relação ao segundo trimestre e recuo de 7,2% ante igual período de 2015.

As receitas, por sua vez, somaram 22,08 trilhões de wons (R$ 61 bilhões) nos três meses encerrados em setembro, contração de 10,5% ante os três meses encerrados em junho e retração de 5,7% sobre o volume alcançado em igual intervalo do ano passado.

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