Firmino e Neymar do Brasil: seleção é apontada como favorita pelas principais casas de análises (Michael Dalder/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2018 às 06h39.
Última atualização em 6 de julho de 2018 às 07h09.
França e Uruguai, às 11h, e Brasil e Bélgica, às 15h, entram em campo pelas quartas-de-final da Copa do Mundo nesta sexta-feira para, entre outros fatores mais importantes, salvar a reputação de economistas e banqueiros de investimento que nas últimas semanas se dedicaram à arriscada tarefa de fazer previsões sobre a Copa do Mundo da Rússia. Uma eliminação da França e, sobretudo do Brasil, jogaria por terra as últimas esperanças de acertar os resultados do mundial.
Sobrariam, na disputa, uma série de azarões que não entraram nos sofisticados modelos estatísticos criados para prever os finalistas do torneio. Salvo uma pequena exceção. Ao fim da primeira fase o banco Goldman Sachs previu uma final entre Brasil e Inglaterra, e os ingleses seguem vivos, já que jogam apenas amanhã. Detalhe: antes do início do torneio o Goldman previu uma final entre Brasil e Alemanha, com vitória brasileira (a Alemanha foi eliminada na primeira fase).
O banco suíço UBS apontou os alemães como favoritos antes de começar a Copa, com 24% de chances de título. O banco japonês Nomura previu uma final entre França e Espanha (os espanhóis perderam para a Rússia nas oitavas-de-final). O banco ING apostou na Espanha. A revista Economist, na Alemanha. No Brasil, o banco Itaú previu uma final entre Brasil e Alemanha, com vitória brasileira.
EXAME também está com o pescoço em jogo. O colunista Celso Toledo, economista da consultoria LCA, publicou previsão baseada em 30.000 simulações e apontou Brasil, Espanha, Alemanha e França como candidatos às semi-finais e ao título, nesta ordem. Espanha e Alemanha já ficaram pelo caminho.
A brincadeira de apontar os vencedores do mundial tem seu lado sério. Os bancos e as consultorias costumam usar em seus cálculos modelos estatísticos que também baseiam as recomendações de investimentos a seus clientes. Acontece que se a vida é incerta, a Copa do Mundo é mais.
Toledo relembra, em seu artigo, que por melhor que seja uma seleção, ela dificilmente entra no campeonato com chance de título maior do que 25%. “Por isso, qualquer palpite seco em um time tem mais chance de ser furado do que dar certo”, afirma. “É curioso, mas esse fato aparentemente óbvio costuma causar confusão e explica, entre outras razões, a má fama dos economistas”.
Ainda assim, as instituições não se preocupam em explicar essas variáveis quando seus palpites são certeiros. Em 2010, a LCA cravou o campeão, a Espanha, e três dos quatro semi-finalistas. Virou um caso de orgulho, nem que seja nas rodas de conversa entre os economistas.
Para as partidas de hoje, o site americano de análises Fivethirtyeight prevê vitórias de França (62%) e Brasil (64%). Dá para confiar?