Economia

Brasil e EUA encerram disputa do algodão por US$300 milhões

Sob o acordo, os Estados Unidos vão fazer pagamento de 300 milhões de dólares de uma só vez ao Instituto Brasileiro do Algodão


	Algodão: Brasil concordou em não tomar quaisquer outras medidas comerciais contra os Estados Unidos
 (Bloomberg)

Algodão: Brasil concordou em não tomar quaisquer outras medidas comerciais contra os Estados Unidos (Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 13h39.

Washington - Os Estados Unidos e o Brasil fecharam acordo nesta quarta-feira em encerrar uma disputa que durou uma década sobre subsídios pagos aos produtores de algodão norte-americanos, uma medida que suaviza relações diplomáticas abaladas por um escândalo de espionagem.

Sob o acordo, os Estados Unidos vão fazer pagamento de 300 milhões de dólares de uma só vez ao Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), enquanto o Brasil concordou em não tomar quaisquer outras medidas comerciais contra os Estados Unidos, afirmou a Representação de Comércio dos EUA, em um comunicado.

"O acordo de hoje põe um fim a uma questão que colocou centenas de milhões de dólares em exportações dos EUA em risco", disse o Representante de Comércio dos EUA, Michael Froman.

A Reuters antecipou o acordo na terça-feira. [nL2N0RW0GN] "Os Estados Unidos e o Brasil buscam realizar um progresso significativo em suas relações econômicas bilaterais."     O ministro da Agricultura brasileiro, Neri Geller, afirmou que o acordo foi bom para os dois países e melhoraria relações. "A compensação será investida em tecnologia e logística que envolvem a produção de algodão", disse ele à Reuters. O Conselho Nacional de Algodão dos EUA saudou o acordo, observando que ele evita retaliação do Brasil contra as exportações norte-americanas.

"Com a conclusão do caso, a indústria do algodão dos EUA pode trazer um novo enfoque aos desafios que se colocam à nossa frente", disse o presidente do conselho, Wally Darneille. Em 2004, o Brasil ganhou uma disputa contra os EUA na Organização Mundial do Comércio, obtendo o direito de impor sanções de 830 milhões de dólares contra produtos americanos.

O Brasil concordou em suspender a retaliação, se os Estados Unidos depositassem o valor em um fundo de apoio aos produtores de algodão brasileiros.

No entanto, os Estados Unidos deixaram de pagar a remuneração mensal no fim do ano passado, devido a divergências de orçamento no Congresso, o que levou o governo brasileiro a ameaçar elevar tarifas para produtos dos EUA.

As relações entre os Estados Unidos e o Brasil também foram estremecidas no ano passado por revelações de que a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) espionou a presidente Dilma Rousseff. Negociações diplomáticas sobre uma ampla gama de assuntos --de dupla tributação a vistos destinados a facilitar os negócios entre as duas maiores economias do hemisfério -- foram paralisadas.

Acompanhe tudo sobre:AlgodãoAmérica LatinaDados de BrasilEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto