A presidente Dilma Rousseff em frente a espelho no Palácio da Alvorada (REUTERS/Ueslei Marcelin)
João Pedro Caleiro
Publicado em 3 de setembro de 2015 às 17h20.
São Paulo - A economia brasileira está com um "problema profundo" e sua credibilidade fiscal está "esfacelando-se rapidamente".
A opinião é da revista britânica The Economist em reportagem publicada na última edição com o título "Tudo Cai" ("All Falls Down").
São citados a disparada do dólar, a queda de arrecadação, o aumento do desemprego e a recessão prevista de 2,3% este ano.
Mas o destaque é o "desastre" da apresentação de um Orçamento para 2016 com um rombo previsto de US$ 30 bilhões (sem contar pagamento de juros).
O texto não assinado, como é praxe na publicação, diz que é um grande risco precisar financiar um déficit em um país que tem os juros mais altos do mundo e que diante do problema, os formuladores de políticas "enterraram a cabeça na areia".
Segundo a Economist, a presidente Dilma Rousseff não é a única culpada. Sua aprovação de um dígito a enfraquece em um Congresso "repleto de curto-prazistas mais preocupados em encher seus bolsos do que em assegurar o futuro do Brasil".
Eles estão "perdendo sua energia tentando o impeachment ao invés de encontrar uma forma de resolver o Orçamento", diz o texto.
Para a revista, a melhor solução é cortar o gasto, mas ele cresce por inércia e até agora só foi contido por líderes com capacidade excepcional de liderança (o que não é o caso de Dilma).
Neste cenário, a revista diz que um novo imposto (como a CPMF) seria ruim para o crescimento, mas ainda assim melhor do que gastar mais sem falar de onde vai vir o dinheiro.