Notas de Iene: o swap de moedas é uma linha de crédito em moeda local acertada entre dois países e que, em caso de necessidade, está disponível para ambos (Yoshikazu Tsuno/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 11h23.
Basileia - Os presidentes do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, e da China, Zhou Xiaochuan, acertaram na noite deste domingo (6) detalhes para a criação de uma linha de crédito em moeda local - conhecido como swap em moeda local - no valor equivalente a US$ 30 bilhões.
O acerto aconteceu em uma reunião bilateral entre os dois banqueiros centrais na sede do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) na Suíça.
Segundo o BC, o acordo será formalmente assinado "nas próximas semanas", mas ainda sem data e local definidos. Na ocasião, serão detalhados aspectos como o prazo e eventual juro da transação. Uma possibilidade não confirmada pela autoridade monetária é que Brasil e China assinem o acordo durante o próximo encontro do G20 em meados de fevereiro em Moscou, na Rússia.
A intenção de realizar a operação havia sido anunciada em junho pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, após o encontro da presidente Dilma Rousseff com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, durante a Rio+20 na capital fluminense. Desde então, técnicos das equipes econômicas dos dois países trabalhavam na formatação da transação.
O swap de moedas é uma linha de crédito em moeda local acertada entre dois países e que, em caso de necessidade, está disponível para ambos. É uma espécie de "cheque especial" entre BCs. Quando assinado o acordo, o Brasil terá à disposição linha de crédito equivalente a US$ 30 bilhões em yuans - cerca de 185 bilhões de yuans - e que poderá ser usada se o BC brasileiro julgar necessário. Já a China terá linha idêntica, mas em reais - cerca de R$ 61 bilhões.
Linha parecida foi acertada entre o BC do Brasil e o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos após a crise de 2008, quando os dois países também deixaram recursos à disposição para o caso de necessidade. A linha, porém, não foi usada.
Na época, o BC explicou que o acordo demonstrava a relevância crescente do Brasil no contexto econômico mundial e revelava ainda a importância do País, que passou a contar com linha idêntica à oferecida pelo Fed aos grandes BCs do mundo.