Economia

Brasil e Argentina voltam a discutir comércio bilateral

"Não queremos separar questões de comércio, de financiamento e investimento", disse Garcia à imprensa, reconhecendo a queda no comércio bilateral


	Negociações serão uma continuidade das conversas que as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner mantiveram há uma semana, na Casa Rosada, sede do executivo argentino
 (Juan Mabromata/AFP)

Negociações serão uma continuidade das conversas que as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner mantiveram há uma semana, na Casa Rosada, sede do executivo argentino (Juan Mabromata/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2013 às 16h26.

Buenos Aires - Os governos do Brasil e da Argentina vão realizar nova reunião de negociação comercial dentro de dez dias, em São Paulo, com a participação dos ministros da Indústria e de Relações Exteriores de ambos os países, anunciou o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, nesta quinta-feira, 2, em Buenos Aires, onde participa de seminário.

As negociações serão uma continuidade das conversas que as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner mantiveram há uma semana, na Casa Rosada, sede do executivo argentino, e que duraram cerca de 7 horas.

Inicialmente, as presidentes disseram à imprensa que as negociações seriam concluídas durante reunião técnica em Montevidéu, realizada na última terça-feira, 30. Porém, o Brasil pretende um acordo mais abrangente, que exige também decisões políticas em nível presidencial e ministerial.

"Não queremos separar questões de comércio, de financiamento e investimento", disse Garcia à imprensa, reconhecendo a queda no comércio bilateral, com acentuada perda para o Brasil, cujas exportações para o país vizinho recuaram mais de 20% no ano passado e cerca de 10% no primeiro trimestre de 2013.

Porém, ele ponderou que o fenômeno ocorreu em consequência de um desaquecimento em ambas as economias.

Garcia considerou que a falta de anúncios após a reunião presidencial não implica a ausência de avanços nas conversas. "Foram reuniões muito produtivas no sentido de avançar em metas e formas de trabalho", disse.

A necessidade de maiores discussões, segundo o assessor, deve-se, justamente, ao formato de uma negociação mais complexa, que envolve vários os assuntos, especialmente o chamado desvio de comércio. Enquanto o Brasil reduziu em 2012 seu superávit com a Argentina em mais de 70%, outros países aumentaram. "Se houver desvio de comércio, vamos discutir e, por isso, as negociações são globais. Não queremos dar de um lado e perder de outro", arrematou.

A Argentina busca financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras de infraestrutura no país, como linha ferroviária e duas hidrelétricas. As obras serão lideradas por empresas brasileiras, mas em troca o Brasil quer que o governo argentino alivie as barreiras contra as importações de produtos brasileiros. Na agenda de negociações também consta o comércio bilateral de automóveis. A Argentina quer incluir suas fabricantes de autopeças no regime de promoção brasileiro Auto-Inovar.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaComércioCristina KirchnerDilma RousseffPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto