Argentina: a Aliança do Pacífico é um bloco comercial latino-americano que inclui México, Chile, Colômbia e Peru (Reuters/Reuters)
EFE
Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 14h03.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2017 às 14h08.
Brasília - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, pediu nesta terça-feira em Brasília que o Mercosul se aproxime da Aliança do Pacífico, e em particular do México, um país sobre o qual afirmou que "começa a olhar para o sul com mais decisão".
Em discurso junto ao presidente brasileiro, Michel Temer, e em uma aparente alusão ao protecionismo impulsionado pelo governo do americano Donald Trump, Macri disse que "frente a tantas dúvidas no mundo hoje", o Mercosul e toda América Latina devem buscar novos horizontes comerciais.
"Que 2017 seja um ano de inflexão positiva para esta aliança estratégica" entre Brasil e Argentina, declarou Macri, que convidou Temer a "serem aliados e encarar juntos esta agenda", que passa pelo "fortalecimento interno do Mercosul e suas relações com o mundo".
Em particular, além do acordo que já é negociado com a União Europeia (UE), Macri propôs que o Mercosul, cuja presidência semestral é exercida agora pela Argentina, se aproxime com mais decisão da Aliança do Pacífico, que é integrada por Chile, Peru, Colômbia e México.
O argentino se referiu em particular ao México, dizendo que "nesta nova situação, começa a olhar para o sul com mais decisão", em outra clara alusão às políticas promovidas por Trump.
Macri inclusive comentou que havia conversado com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, a quem disse que deseja que haja "um acordo razoável entre México e Estados Unidos nesta nova etapa", mas a quem convidou também a se aproximar do Mercosul.
Sobre seu encontro com Temer, no marco da visita de Estado que realiza hoje ao Brasil, Macri destacou em particular a decisão de pedir apoio técnico ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a criação de padrões técnicos, sanitários e fitossanitários, "que sejam únicos para todos os países do Mercosul".
Após a reunião, Macri e Temer se dirigiram ao Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, onde o líder brasileiro oferecerá um almoço à delegação argentina.
Pelo caráter de Estado, a visita de Macri incluirá depois reuniões com as autoridades das câmaras legislativas e o Supremo, após as quais o líder voltará hoje mesmo a Buenos Aires.