Máquina realiza a coleita de milho em uma fazenda em Pejuçara, no Rio Grande do Sul (Pedro Revillion/Palácio Piratini)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2014 às 18h00.
São Paulo - O Brasil deverá embarcar entre 2 milhões e 2,7 milhões de toneladas de milho nos próximos meses até o fim do ano, projetou nesta sexta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
O volume pode não ser suficiente para que seja cumprida a estimativa feita pelo governo federal de embarques de 21 milhões de toneladas do grão até o fim do ano comercial 2014/15, em 31 de janeiro.
Desde 1º de fevereiro desde ano, o Brasil já embarcou 7,28 milhões de toneladas de milho, segundo dados divulgados no início da semana.
Para atingir os 21 milhões de toneladas, seriam necessários embarques de cerca de 3,4 milhões de toneladas entre outubro e janeiro, um ritmo semelhante ao registrado na temporada passada.
No entanto, este ano o mercado global está mais abastecido do produto, após duas colheitas em patamares recordes no Brasil e em meio a uma safra histórica nos Estados Unidos, que está sendo colhida.
Os preços do milho na bolsa de Chicago atingiram nesta sexta-feira uma mínima de cinco anos, pressionados pela safra norte-americana e pela firmeza do dólar.
O câmbio, aliás, poderia estimular e tornar mais competitiva a exportação de milho do Brasil, na avaliação da Anec.
Se a cotação do dólar ante o real, que atualmente está em cerca de 2,41 reais, fosse maior, o milho brasileiro poderia ser exportado com mais facilidade, disse à Reuters o diretor-geral da Anec, Sérgio Mendes.
"O Banco Central está interferindo (no câmbio). Se não estivesse interferindo, provavelmente estaria interessando ao produtor", disse o executivo. "Pela primeira vez em muitos anos, dois fatos combinados que não são bons, o preço e o câmbio."