Navio sendo carregado para exportação: os chanceleres dos 28 países que integram a União Europeia anunciaram hoje a suspensão das licenças de exportação de equipamentos de segurança e de armas para o Egito (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2013 às 14h10.
Brasília – O governo brasileiro descarta a hipótese de suspender os acordos bilaterais com o Egito, apesar do agravamento da crise no país, disse hoje (21) à Agência Brasil o emissário brasileiro para o Oriente Médio mais a Turquia e o Irã, embaixador Cesário Melantonio Neto.
O diplomata alertou que a situação no país é acompanhada com preocupação pelo Brasil, devido ao receio de vir a ocorrer uma guerra civil na região.
“O Brasil acompanha com preocupação o que ocorre no Egito porque há um receio [da comunidade internacional] sobre a possibilidade de uma guerra civil. Defendemos a busca de uma solução por meio do diálogo e de uma saída democrática”, ressaltou Melantonio Neto.
Mesmo com o impacto da Primavera Árabe, em 2011, no Egito, o país não reduziu o volume de comércio com o Brasil. Ao lado da Arábia Saudita, a Turquia e o Irã, o Egito está entre os principais parceiros do Brasil entre os países islâmicos. Em 2012, o volume do comércio bilateral atingiu US$ 2,7 bilhões.
A reação do Brasil ocorre no mesmo momento em que os chanceleres dos 28 países que integram a União Europeia anunciaram hoje a suspensão das licenças de exportação de equipamentos de segurança e de armas para o Egito. Em reunião extraordinária, em Bruxelas (capital da Bélgica), os ministros decidiram rever a ajuda ao Egito, em resposta à onda de violência que, em três dias, matou 750 pessoas no país.
Melantonio Neto lembrou que o Brasil condena a violência contra civis e a violação aos direitos humanos no Egito. Ele ressaltou que, na semana passada, após a onda de violência, o embaixador do Egito no Brasil, Hossam Edlin Mohamed Ibrahim Zaki, foi chamado ao Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, para prestar esclarecimentos e ouvir das autoridades brasileiras o protesto em relação aos confrontos no país.