Brasília- A balança comercial brasileira registrou déficit de 1,276 bilhão de dólares em fevereiro, informou nesta sexta-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O resultado foi pior do que o esperado pela mediana dos especialistas consultados pela Reuters, com projeção de saldo negativo de 500 milhões de dólares em fevereiro, e é o maior saldo negativo para meses de fevereiro desde 1959, conforme série histórica do Banco Central.

Em janeiro, o déficit havia ficado em 4 bilhões de dólares, no pior resultado mensal da série histórica iniciada em 1959.

No mês passado, as exportações somaram 15,551 bilhões de dólares, queda de 13,7 por cento sobre fevereiro de 2012. Pela média diária, as vendas externas no mês passado caíram quase 9 por cento sobre um ano antes, mas subiram 19 por cento sobre janeiro deste ano.

Os embarques para a China cresceram 2,3 por cento pela média diária na comparação com fevereiro de 2012, enquanto que para os Estados Unidos caíram 25,4 por cento e, para a União Europeia, 18,3 por cento.

Já as importações totalizaram 16,827 bilhões de dólares, a maior para meses de feverereiro, praticamente a mesma cifra vista em igual mês de 2012. Já pela média diária, houve alta de quase 3 por cento em fevereiro sobre janeiro, e de 8,8 por cento sobre fevereiro de 2012.

Foi o segundo mês consecutivo de déficit comercial, ainda sob a influência do registro atrasado de aquisições de gasolina feita pela Petrobras no exterior em 2012, mas que estão sendo contabilizadas somente neste ano, elevando as importações.

---

No mês passado, as importações de combustíveis e lubrificantes somaram 3 bilhões de dólares. Pela média diária, que somou 166,7 milhões de dólares, houve alta de 37,5 por cento sobre um ano antes.

Com isso, o ano acumula déficit comercial de 5,312 bilhões de dólares. No mesmo período do ano passado, o saldo estava positivo em 399 milhões de dólares.

A expectativa do governo é que os saldos deficitários na balança comercial sejam revertidos no segundo trimestre, com o início dos embarques da safra agrícola brasileira e com as exportações de minério de ferro com preços superiores aos praticados em 2012.