Economia

Brasil capta US$1 bi em reabertura de bônus 2025

Segundo Tesouro, título saiu a 103,05% do valor de face, garantindo ao investidor um rendimento de 3,888% ao ano


	Dólar: Tesouro inicialmente planejava vender de 500 milhões a 750 milhões de dólares
 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Dólar: Tesouro inicialmente planejava vender de 500 milhões a 750 milhões de dólares (Susana Gonzalez/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 18h52.

Brasília - O Brasil levantou nesta quarta-feira 1 bilhão de dólares na reabertura de um bônus global com vencimento em janeiro de 2025, aproveitando o forte apetite por ativos brasileiros para reduzir o custo da dívida.

O título, que carrega um cupom de 4,25 por cento, saiu a 103,05 por cento do valor de face, garantindo ao investidor um rendimento de 3,888 por cento ao ano, informou o Tesouro Nacional.

A demanda por ativos do país tem crescido à medida que pesquisas eleitorais mostram chances menores de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), cujas políticas econômicas têm sido firmemente criticadas por investidores.

Eles apostam que o próximo presidente do Brasil adotaria políticas fiscais mais austeras, o que elevaria o valor de mercado da dívida do país.

O Tesouro inicialmente planejava vender de 500 milhões a 750 milhões de dólares na reabertura do bônus 2025, mas aumentou a oferta quando a demanda superou os 4 bilhões de dólares, disse à Reuters uma fonte do governo com conhecimento da operação.

A demanda forte também permitiu que o Tesouro reduzisse o retorno pago pelos bônus.

As estimativas iniciais de preço na operação eram de 160 pontos básicos sobre os títulos de referência do Tesouro dos Estados Unidos. Contudo, o título foi lançado com um spread de 147 pontos básicos sobre os Treasuries norte-americanos, informou o IFR, um serviço da Thomson Reuters.

A emissão de títulos soberanos é liderada por Morgan Stanley, BTG Pactual e Citigroup, informou o Tesouro mais cedo. A reabertura do Global 2025 ocorreu incialmente nos mercados europeu e norte-americano.

O Tesouro informou que pretende captar mais até 50 milhões de dólares na reabertura do bônus no mercado asiático.

Essa é a terceira captação externa do governo brasileiro em 2014.

A emissão soberana anterior ocorreu em julho, quando o Tesouro colocou 3,55 bilhões de dólares em um novo bônus Global 2045, usando parte dos recursos para recomprar 2 bilhões de dólares em bônus mais caros e com prazo entre 2024 e 2041.

O spread da emissão do Global 2045 foi de 187,5 pontos básicos, no maior prêmio pago pelo governo brasileiro desde julho de 2009 para títulos de 30 anos.

A primeira emissão de bônus do Tesouro neste ano ocorreu em março com o Global Euro 2021, que na ocasião teve spread de 165 pontos básicos acima do MidSwap de sete anos. O total emitido naquela ocasião foi de 1 bilhão de euros.

Acompanhe tudo sobre:BônusDívida públicaeconomia-brasileiraMercado financeiroSaláriosTesouro NacionalTítulos públicos

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto