Joaquim Levy: em seus primeiros 20 dias no cargo, Levy já anunciou um primeiro corte de R$ 22,7 bilhões no orçamento (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2015 às 10h45.
Brasília - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, viajou nesta terça-feira para a Suíça, onde apresentará perante o Fórum Econômico Mundial os planos do governo de Dilma Rousseff para recuperar a economia nacional e a confiança dos mercados.
Levy, no cargo desde 1º de janeiro, quando Dilma iniciou seu segundo mandato após ser reeleita em outubro, representará a governante na reunião anual do Fórum Econômico Mundial, que voltará a ser realizada em Davos, aos pés dos Alpes suíços.
Após quatro anos de crescimento com elevada inflação e as contas públicas no vermelho, a confiança que os mercados tinham no Brasil foi se deteriorando e Dilma decidiu aplicar um forte e ortodoxo ajuste fiscal que implicará em um corte do gasto público e um aumento da carga tributária.
Em seus primeiros 20 dias no cargo, Levy já anunciou um primeiro corte de R$ 22,7 bilhões no orçamento nacional de 2015, que afetará as chamadas "despesas discricionais", que envolviam viagens, dietas e outros assuntos considerados "não obrigatórios".
Levy antecipou que haverá outros cortes uma vez que o Congresso, que está em recesso até 1 de de fevereiro, aprove o orçamento nacional para 2015, que contempla despesas de R$ 2,860 trilhões de reais.
Antes de viajar para Davos, o ministro anunciou também um aumento dos impostos indiretos que são aplicados nos combustíveis, nos produtos importados e nas operações de crédito, com os quais se pretende aumentar a arrecadação em R$ 20 bilhões neste mesmo ano.
Segundo Levy, essas medidas, junto com as quais serão anunciadas nas próximas semanas, ajudarão a retomar a confiança dos mercados na economia e estimularão um forte aumento do investimento privado que o país requer, sobretudo, em setores de infraestrutura.
Além disso, o ministro sustenta que essa maior disciplina permitirá começar a reduzir a dívida do setor público, que atualmente equivale a 63% do Produto Interno Bruto (PIB), para situá-la abaixo de 50% em um prazo de quatro anos.
Na segunda-feira, ao anunciar o aumento da carga tributária, Levy assegurou que todas as decisões do governo em matéria econômica apontam para retomar o crescimento, mas "com o menor sacrifício possível" para os mais pobres.
O governo também assegurou que o ajuste fiscal não afetará nenhum de seus vastos programas sociais, mediante os quais atende a cerca de 50 milhões de pessoas, que saíram da pobreza na última década, mas dependem desses subsídios para não retornar a sua condição anterior.
A delegação brasileira em Davos também será integrada por, entre outros funcionários, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que foi ratificado no cargo que exerce desde janeiro de 2011.