Economia

Brasil abre quase 59 mil vagas, pior resultado em 22 anos

Resultado nomês de maio foi bem abaixo do esperado, influenciado pela demissão líquida de quase 30 mil trabalhadores na indústria da transformação


	Empregos: em abril, haviam sido criados 105.384 postos com carteira assinada, sem ajustes
 (Carla Gottgens/Bloomberg/Bloomberg)

Empregos: em abril, haviam sido criados 105.384 postos com carteira assinada, sem ajustes (Carla Gottgens/Bloomberg/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 15h04.

Brasília - O Brasil abriu 58.836 vagas formais de trabalho no mês passado, no pior desempenho para meses de maio em 22 anos e bem abaixo do esperado, influenciado pela demissão líquida de quase 30 mil trabalhadores na indústria da transformação.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira.

Pesquisa da Reuters feita com analistas de mercado mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 93 mil vagas.

Em abril, haviam sido criados 105.384 postos com carteira assinada, sem ajustes. A geração de vagas do mês passado é a mais baixa para meses de maio desde 1992, quando foram verificadas contratações de 21.533 pessoas.

O desempenho ruim do mercado de trabalho foi fortemente influenciado pelas elevadas demissões na indústria da transformação, que registrou o desligamento líquido de 28.533 operários, em meio à perda de fôlego da economia. Em igual mês de 2013, a indústria da transformação havia registrado admissão líquida de 15.754 pessoas.

"Não esperávamos essa queda no setor industrial", afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias.

No acumulado do ano até maio, houve contratação líquida de 467.755 trabalhadores, informou o ministério, menor que as 669.279 admissões em igual período do ano passado, também no dado sem ajuste.

O mercado de trabalho é uma das âncoras do governo, mas tem mostrado sinais de perda de dinamismo diante da economia fraca neste momento em que a presidente Dilma Rousseff tenta a reeleição.

Mesmo assim, a taxa de desemprego no país continua em níveis baixos, em parte por conta da menor procura por vagas de trabalho.

Depois de crescer 2,5 por cento em 2013, as projeções de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano rondam 1 por cento, ainda mais num cenário de inflação perto do teto da meta oficial, de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

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