Economia

Brasil abre 99 mil vagas formais em novembro, dobro do previsto, diz Caged

Foi o melhor resultado para o mês desde 2010, puxado por comércio e serviços; no acumulado do ano até novembro, são 948 mil vagas

Carteiras de trabalho (Dedoc/VEJA)

Carteiras de trabalho (Dedoc/VEJA)

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Reuters

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 14h18.

Última atualização em 19 de dezembro de 2019 às 15h49.

Brasília — O Brasil registrou criação líquida de 99.232 vagas formais de emprego em novembro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.

É o melhor resultado para o mês desde 2010, quando houve abertura de 138.247 postos.

O resultado do mês veio muito acima das estimativas de analistas consultados em pesquisa Reuters, que projetavam abertura de 47.500 postos.

No acumulado do ano até novembro, foram criadas 948.344 vagas, na série com ajustes, apontou o Caged, desempenho mais forte para o período desde 2013 (+1,547 milhão de postos).

Setores

A geração de empregos em novembro foi concentrada em algumas áreas. Dos oito setores pesquisados, só três ficaram no azul: comércio (+106.834 vagas), serviços (+44.287) e serviços industriais de utilidade pública (+419).

A geração de emprego em novembro costuma ser marcado pelo reforço no comércio para as contratações de fim de ano.

No comércio, a criação de empregos foi puxada pelo segmento varejista, com a abertura de 100.393 postos formais. O comércio atacadista gerou a abertura de 6.441 vagas.

Nos serviços, os destaques foram venda e administração de imóveis (30.695 postos), serviços de alojamento, alimentação, reparação e manutenção (15.839 postos) e serviços médicos, odontológicos e veterinários (4.786 postos).

Dentre os cinco setores que fecharam no vermelho, indústria de transformação e agropecuária encabeçaram a lista, com 24.815 e 19.161 vagas encerradas, respectivamente, no mês.

A indústria, que reforçou a produção em agosto e em setembro por causa do Natal, costuma desacelerar mais para o fim do ano.

A agropecuária também dispensa empregados por causa da entressafra de diversos produtos, como a cana-de-açúcar.

Na indústria de transformação, puxaram a queda no emprego em novembro as indústrias de produtos químicos, farmacêuticos, veterinários e de perfumaria (-7.140 postos); de produtos alimentícios e de bebidas (-7.040 postos); têxtil e vestuário (-5.309 postos) e a indústria de calçados (-2.399 postos).

Regiões

Quatro das cinco regiões brasileiras criaram mais empregos com carteira assinada em novembro.

O Sudeste liderou a abertura de vagas, com 51.060 postos, seguido pelo Sul (28.995 vagas), pelo Nordeste (19.824 vagas) e pelo Norte (4.491 postos). Apenas o Centro-Oeste demitiu mais do que contratou, fechando 5.138 vagas formais no mês passado.

Na divisão por unidades da Federação, 21 geraram mais empregos no mês passado. As maiores variações positivas no saldo de emprego ocorreram em São Paulo (abertura de 23.140 postos), no Rio de Janeiro (16.922), no Rio Grande do Sul (12.257) e em Santa Catarina (10.026).

Os estados que registraram o fechamento de vagas formais foram Goiás (-4.587), Mato Grosso (-2.437), Mato Grosso do Sul (-830), Acre (-613), Rondônia (-354) e Tocantins (-115).

Modalidades

Em novembro, foram registradas 17.686 admissões e 6.332 desligamentos na modalidade trabalho intermitente. O saldo ficou positivo em 11.354 empregos.

Criada por meio da reforma trabalhista, a modalidade permite jornada em dias alternados ou por horas determinadas.

Na modalidade de trabalho parcial, foram 6.635 admissões e 4.513 desligamentos. O saldo, portanto, foi positivo em 2.122 vagas.

Pelo Twitter, o secretário Especial da Previdência e do Trabalho, Rogério Marinho, comemorou os números do Caged para o mês de novembro.

"Esperamos uma geração de empregos ainda melhor em 2020, com a retomada da atividade econômica e a continuidade da agenda de reformas. A MP 905, do programa #VerdeAmarelo, é fundamental para a melhoria do ambiente de negócios e para criar melhores condições para empregabilidade", afirmou.

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