Economia

Braga não vê necessidade de Petrobras revisar investimentos

Se mantido o cenário atual, a estatal não precisa revisar seu bilionário plano de investimentos, disse o ministro de Minas e Energia

Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia: "não necessariamente, só se acontecerem outros fatores" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia: "não necessariamente, só se acontecerem outros fatores" (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 17h18.

Brasília - A Petrobras não precisa, em princípio, revisar seu bilionário plano de investimentos e sua estratégia, disse nesta quarta-feira o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em entrevista à Reuters.

"Não necessariamente, só se acontecerem outros fatores", respondeu o ministro, ao ser indagado se a estatal precisaria rever seu plano de investimentos, diante do endividamento elevado e em meio às investigações da operação Lava Jato, que apura desvios de recursos dos contratos da estatal.

Atualmente, muitos analistas apostam numa redução dos investimentos da Petrobras diante das denúncias de corrupção envolvendo a empresa, aliada à queda do preço do petróleo.

O atual plano de negócios da empresa prevê investimentos totais de 220,6 bilhões de dólares entre 2014 e 2018.

Em dezembro, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Miranda Formigli, admitiu que incertezas relacionadas a alguns dos principais players da indústria, envolvidos nas denúncias, poderiam trazer consequências.

Ele afirmou na época que uma redução eventual dos investimentos não traria impacto significativo imediato.

Na mesma ocasião, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse que os investimentos em 2015 podem ser menores do que os de 2014.

Blindagem

O ministro de Minas e Energia disse que um efeito positivo das investigações da operação Lava Jato será o de que a empresa passará a ficar "blindada" contra interferências políticas.

"A Petrobras passa a partir daí a ter um novo parâmetro e um novo paradigma e ela está a meu juízo blindada de interferências políticas. Isso não é pouco na Petrobras", disse o ministro.

A operação Lava Jato investiga, entre outras coisas, a participação de seis das maiores empreiteiras do Brasil em crimes envolvendo um suposto esquema de corrupção na Petrobras, com o Ministério Público Federal pedindo até agora que as empresas façam o ressarcimento de quase 1,2 bilhão de reais. As denúncias já envolvem 36 pessoas, 23 delas vinculadas a OAS, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Galvão Engenharia, Mendes Júnior e Engevix.

*Atualizada às 18h18 do dia 21/01/2015

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoInvestimentos de empresasMinistério de Minas e EnergiaOperação Lava JatoPetrobrasPetróleo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto