Indústria: resultados frustrantes do setor impactaram na previsão de queda de 0,2% do PIB no 1º trimestre (Reprodução/Agência Brasil)
Ligia Tuon
Publicado em 10 de maio de 2019 às 11h53.
Última atualização em 10 de maio de 2019 às 12h32.
São Paulo - Reconhecendo o ritmo de crescimento da economia brasileira no começo do ano aquém do esperado, o Bradesco revisou sua previsão para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) do ano, de 1,9% a 1,1%.
"Diante das recorrentes frustrações com o crescimento econômico, optamos por fazer uma revisão mais ampla do nosso cenário base", disse a instituição em relatório divulgado nesta nesta sexta-feira, 10.
Para fazer o corte, o banco considerou indicadores recentes de atividade da economia, como os números frustrantes divulgados por indústria e comércio. O banco vê queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre.
A produção industrial teve queda de 1,3% em março. Em relação a fevereiro de 2018, a produção caiu 6,10%, confirmando o pessimismo de economistas com a retomada do setor.
As vendas no varejo subiram 0,3% em março ante fevereiro. O resultado foi menor do que o esperado e o mais fraco para o mês em dois anos.
"Sem um ritmo claro de retomada, a confiança de empresários e consumidores para os próximos 6 meses continuou cedendo, o que tem impacto em investimentos e emprego", acrescentou o banco.
Em abril, o Itaú também cortou sua projeção para o PIB por conta do desempenho frustrante da economia até agora, de 2% para 1,3%.
O Bradesco destaca que o crescimento mundial tem sido mais heterogêneo, se refletindo em um dólar mais forte frente a algumas moedas emergentes, inclusive o real.
"Esperamos que a aprovação da Nova Previdência no segundo semestre leve a moeda brasileira de volta ao comportamento médio de seus pares, para R$/US$ 3,80", diz.
Em relação à inflação, o Bradesco alterou sua projeção para o IPCA (índice que mede a inflação oficial no país) de 3,8% para 4%. E manteve 3,9% em 2020.
"Com crescimento moderado e inflação subjacente comportada, acreditamos que há espaço para cortes de juros no segundo semestre, levando a Selic a 5,75% em dezembro".