Economia

Bolsonaro: Recursos para financiamento da construção civil serão mantidos

"Cada um luta pelo seu espaço", afirmou o presidente sobre a liberação de recursos do FGTS, que enfrenta resistência no setor da construção civil

Bolsonaro: a equipe econômica pretende liberar até 35% dos recursos em contas ativas do FGTS (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Bolsonaro: a equipe econômica pretende liberar até 35% dos recursos em contas ativas do FGTS (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

R

Reuters

Publicado em 19 de julho de 2019 às 14h02.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que o percentual de recursos do fundo do FGTS reservados para a construção civil serão preservados à medida que vai liberar novos saques das contas do fundo para trabalhadores.

"Está mantido o mesmo percentual. Os empresários estiveram lá fora com a equipe econômica, eu convidei para vir ao Palácio (do Planalto) e saíram satisfeitos e vai ser mantido", disse ao sair de um evento no Ministério da Cidadania, afirmando ainda que também o programa de saques também será feito.

Mais cedo, durante um café com jornalistas estrangeiros no Planalto, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, explicou que os recursos do fundo que são usados para financiar a construção civil estão garantidos.

"Estarão garantidos e protegidos. Nós vamos usar uma outra parte para poder criar uma situação muito mais favorável aos trabalhadores brasileiros", disse o ministro.

O governo tentou encerrar os estudos sobre a nova liberação de saques para anunciar a medida na cerimônia de 200 dias de governo, na quinta-feira, mas não conseguiu. De acordo com fontes da equipe econômica, havia duas alternativas sendo estudadas, que poderiam levar à liberação de algo em torno de 30 bilhões de reais.

No entanto, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, afirmou que o saques iriam chegar a 42 bilhões de reais. O valor assustou os empresários da construção civil, que temiam pela garantia do financiamento do setor.

Bolsonaro confirmou ter conversado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e com dois empresários do setor da construção civil sobre as preocupações do setor com a desidratação que a liberação do saque do FGTS pode causar no financiamento de construções do programa habitacional Minha Casa Minha Vida.

"Ontem (quinta-feira, 18) foi o Davi Alcolumbre pedir uma audiência comigo, eu dei e ele entrou com dois empresários. Depois foi colocado na agenda, nada de ultrassecreto, reservado" disse. Na atualização da agenda divulgada pela Secretaria de Imprensa, no entanto, consta apenas o nome do presidente do Senado. Os nomes dos empresários e quem eles representam não foram divulgados pela Presidência.

Antes mesmo de ser anunciada oficialmente, a notícia de que o governo pretende liberar até 35% das contas ativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) causou mal-estar no setor da construção civil, o mais atingido pela crise. Os recursos do FGTS são hoje usados para financiar programas de habitação, como o Minha Casa Minha Vida, além de obras de saneamento e infraestrutura, com juros menores do que o mercado.

"É natural, cada um luta pelo seu espaço", afirmou Bolsonaro. Sem explicar exatamente ao que se referia, ele disse que "está mantido o mesmo porcentual". "Está mantido o mesmo porcentual, os empresários tiveram lá fora com a equipe econômica, que eu convidei para vir ao Palácio e saíram satisfeitos. E vai ser mantido o programa do FGTS", disse.

Acompanhe tudo sobre:Construção civilFGTSGoverno BolsonaroJair BolsonaroMinha Casa Minha Vida

Mais de Economia

Temos um espaço muito menor para errar, diz Funchal sobre trajetória da dívida pública

Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil recairá sobre grandes empresas, diz Rodrigo Maia

A crescente força das gerações prateadas no Brasil

Haddad diz que consignado privado pelo eSocial terá juro "menos da metade" do que se paga hoje