Marcos Pontes: "Não existe nada ainda que tenha a ver com desestatização" (Carolina Antunes/PR/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de agosto de 2019 às 14h44.
Última atualização em 6 de agosto de 2019 às 14h48.
Enquanto o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que a privatização dos Correios já está nos seus planos nesta terça-feira (6), o ministro da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes, afirmou que ela ainda não está em andamento.
O presidente e o ministro estavam em locais diferentes no momento das suas falas. Pontes e o presidente da estatal, general Floriano Peixoto, participavam de uma audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara, com a plateia formada principalmente por trabalhadores da empresa pública.
"Não existe nenhum procedimento de desestatização ou privatização para nos preocupar neste momento", disse Pontes.
Já Bolsonaro fez a declaração em cerimônia de abertura de evento da Fenabrave em São Paulo. A empresários, Bolsonaro disse que mudou. "Paulo Guedes vem mostrando ao Brasil que eu mudei. No passado eu fui estatizante", disse.
Segundo Marcos Pontes, o que há de "determinação" é "trabalhar para que os Correios sejam sustentáveis, para que a empresa cresça". "Não existe nada ainda que tenha a ver com desestatização", reforçou o ministro.
Veja o vídeo:
Ministro da Ciência, Senhor Marcos Pontes, diz que até o momento não existe nenhum documento oficial de privatização dos Correios. pic.twitter.com/3bA21DPpsO
— Câmara dos Deputados (@camaradeputados) August 6, 2019
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vem defendendo a campanha a privatização dos Correios. Em junho, Bolsonaro demitiu o general Juarez Aparecido da Paula e Cunha da presidência do órgão por "agir como sindicalista".
Para o cargo, nomeou o general Floriano Peixoto, antes ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Há pouco, em evento em São Paulo, Bolsonaro voltou a afirmar que "vamos privatizar os Correios".
Na audiência na Câmara, o general Peixoto também disse que não está em curso a privatização da empresa. Mas apresentou dados de estudos sobre "alternativas de desestatização".
Segundo o presidente dos Correios, uma opção seria qualificar estudos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para definir "cenários" sobre modelo de privatização que poderia ser adotado. A segunda alternativa, disse, é incluir a empresa no Plano Nacional de Desestatização (PND), o que exigiria encaminhar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e projeto de lei ordinária ao Congresso.
"Independentemente do que for defendido, ficou claro que algumas medidas adicionais serão necessárias, como ações para preservar empregos dos funcionários, em caso de desestatização, e a definição de um marco regulatório ao setor", disse Peixoto.