Economia

Bolsonaro nomeia presidente e diretores do BC para mandatos fixos

Os decretos foram publicados conforme previsto na Lei Complementar nº 179, sobre a autonomia do BC, segundo a qual o banco passa a ter status de "autarquia de natureza especial", sem subordinação a qualquer ministério

O objetivo é afastar qualquer ingerência política sobre as decisões do BC em sua missão de controlar a inflação (Alan Santos/PR/Flickr)

O objetivo é afastar qualquer ingerência política sobre as decisões do BC em sua missão de controlar a inflação (Alan Santos/PR/Flickr)

R

Reuters

Publicado em 20 de abril de 2021 às 08h05.

Última atualização em 20 de abril de 2021 às 10h50.

O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta terça-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e sete diretores para cumprirem mandatos fixos na diretoria da autoridade monetária, de acordo com a lei que determina autonomia do BC.

Os decretos foram publicados no Diário Oficial conforme previsto na Lei Complementar número 179, sobre a autonomia do BC, segundo a qual o banco passa a ter status de "autarquia de natureza especial", sem subordinação a qualquer ministério.

A autonomia do BC, sancionada em 24 de fevereiro, estabelece mandatos fixos para o presidente e para os diretores da autarquia --com mandatos não coincidentes com o do presidente da República.

O objetivo é afastar qualquer ingerência política sobre as decisões do BC em sua missão de controlar a inflação.

Segundo os decretos, Fábio Kanczuk e João Manoel Pinho de Mello cumprirão mandato até 31 de dezembro de 2021. Bruno Serra Fernandes e Paulo Sérgio Neves de Souza terão mandatos até 28 de fevereiro de 2023 e Maurício Costa de Moura até 31 de dezembro de 2023.

Campos Neto, Carolina de Assis Barros e Otávio Ribeiro Damaso ficarão em seus respectivos cargos até 31 de dezembro de 2024.

Já a diretora Fernanda Nechio, que pediu desligamento por motivos pessoais, será exonerada após a próxima reunião de política monetária, em maio, de acordo com nota do BC. Até lá, ela continuará à frente da área de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos.

Sua substituta, a economista Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, se for aprovada pelo Senado deverá ser nomeada por Bolsonaro para cumprir mandato fixo até 31 de dezembro de 2023.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralJair BolsonaroRoberto Campos Neto

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo