Economia

Bolsonaro diz que, com coronavírus, Brasil dificilmente vai crescer 2%

Presidente disse que deve se reunir na tarde desta segunda-feira com Paulo Guedes para discutir economia brasileira

Jair Bolsonaro (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro (Carolina Antunes/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 16 de março de 2020 às 11h51.

Última atualização em 16 de março de 2020 às 14h53.

São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que dificilmente o Brasil vai atingir a meta de crescer 2% este ano devido aos impactos do surto de coronavírus, e disse que se reunirá com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta tarde para discutir possíveis medidas, citando especificamente as dificuldades enfrentadas por companhias aéreas.

Bolsonaro afirmou ainda, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que está havendo uma histeria sobre coronavírus no Brasil, que teria como pano de fundo uma disputa pelo poder.

"O que está em jogo é uma disputa política, eu estou sozinho no canto apanhando de todo mundo", disse Bolsonaro. "Existe um perigo, mas está havendo um superdimensionamento dessa questão."

O presidente disse que um agravamento da crise política pode até derrubar o seu governo.

"É essa a preocupação que eu tenho. Se a economia afundar, afunda o Brasil... Se afundar a economia, acaba com o meu governo, é uma luta de poder", afirmou.

Previsão do mercado

Nesta segunda-feira, o Banco Central divulgou o boletim Focus, que reúne projeções de instituições financeiras sobre a economia brasileira.

O mercado reduziu suas expectativas para a taxa básica de juros, a inflação e o crescimento do país, mas passou a ver o dólar mais alto este ano.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2020 foi reduzida em 0,31 ponto percentual, a 1,68%. Para o ano que vem, continua sendo esperada uma expansão de 2,50%.

As mudanças nas projeções econômicas vêm na esteira do agravamento da crise produzida pelo coronavírus.
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