Jair Bolsonaro: presidente eleito também afirmou que o atual presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, pode assumir a presidência do Banco do Brasil (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de novembro de 2018 às 17h06.
Rio de Janeiro - O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 19, que "alguma coisa" da Petrobras pode ser privatizada, mas não toda a estatal, uma vez que se trata de uma empresa estratégica.
Em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro, Bolsonaro disse ainda que o atual presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, pode assumir a presidência do Banco do Brasil, mas que isso ainda não está confirmado.
Nesta segunda-feira, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que o economista Roberto Castello Branco vai presidir a Petrobras no governo de Bolsonaro. Bolsonaro disse que vem conversando com Guedes sobre a possibilidade de privatizar setores da Petrobras, mas garantiu que não pretende vender completamente a estatal em seu mandato.
"É uma empresa estratégica e nós estamos conversando sobre isso aí", disse ele na porta do condomínio onde mora durante uma tumultuada entrevista.
"Estou conversando com ele (Guedes) e não sou o inflexível, mas temos que, com muito responsabilidade, levar avante um plano como esse aí. Podemos conversar, agora, entendo que uma empresa estratégica pode ser privatizada em parte, sim."
Mais cedo, o vice-presidente eleito, general da reserva do Exército Hamilton Mourão, disse em Brasília que atividades de refino e de distribuição da Petrobras podem vir a ser privatizadas. Na semana passada, em conferência com investidores, Mourão falou da possibilidade de privatização da BR Distribuidora.
Bolsonaro disse também que ainda não definiu o destino de Monteiro em seu governo, mas admitiu que ele pode assumir o comando do Banco do Brasil, onde já atuou. "Talvez ele vá para o Banco do Brasil, mas não tenho certeza", disse.
Bolsonaro disse que o time para a área econômica de seu governo --que já tem Guedes, Castello Branco, Roberto Campos Neto, que assumirá o Banco Central; Joaquim Levy, que chefiará o BNDES; e Mansueto Almeida, que seguirá à frente da Secretaria do Tesouro-- é testado pelo mercado financeiro que, em sua avaliação, vem reagindo bem às escolhas.